Trânsito de cabeça para baixo: acidentes na Grande Vitória chocam pela imprudência

Abuso de velocidade, imprudência e descuido ao volante são os três principais elementos desses acidentes malabarísticos. Muitos deles sem vítimas. Mas é sempre por uma questão de sorte

Publicado em 08/05/2023 às 01h00

Grande Vitória tem registrado uma sequência de acidentes impressionantes, com capotamentos e manobras impensáveis no trânsito urbano.  Em Vitória, por exemplo, não há via que permita velocidade acima de 60 km/h, o que não impede que motoristas pisem fundo no acelerador, tomem péssimas decisões ao volante e acabem protagonizando cenas como as registradas em Jardim da Penha, no fim de abril, quando uma motorista perdeu o controle da direção e atingiu outros carros em uma rua na qual esse tipo de acidente seria impensável. Bem, as imagens mostram que nada é impossível:

Na última quarta-feira (3), um capotamento na Segunda Ponte, que liga Vitória a Vila Velha, felizmente sem registro de feridos, provocou um congestionamento que atrapalhou a rotina de quem passa pelo local. É preciso fazer um exercício de imaginação para entender como um motorista pode ter chegado a esse ponto em uma via com limite de velocidade de 60 km/h. 

Na Serra, no início do mês de abril, uma mulher de 46 anos ficou ferida ao perder o controle do veículo e capotar em Bicanga. Na imagem,  também é difícil de acreditar que alguém tenha conseguido tombar um carro em uma rua tão tranquila. 

No fim de abril, um carro ficou com as rodas para cima na Avenida Dante Michelini, em Vitória. A condutora afirmou à TV Gazeta que o veículo aquaplanou, e felizmente nenhum dos três ocupantes se feriu. 

Carro capota na Dante Michelini e acesso à Norte Sul em Vitória
Carro capota na Dante Michelini e acesso à Norte Sul em Vitória. Crédito: Ronaldo Rodrigues

Em Vila Velha, mais uma cena daquelas: um carro tombado e outro contra um muro do bairro Boa Vista.  O acidente ocorreu em 14 de abril após um dos condutores não visualizar a placa de "pare".

Acidente Vila Velha
Acidente em Boa Vista, Vila Velha, em 14 de abril. Crédito: Kaique Dias

Abuso de velocidade, imprudência e descuido ao volante são os três principais elementos desses acidentes malabarísticos. Muitos deles sem vítimas. Mas é sempre por uma questão de sorte. 

Como a da menina Yasmim Vidal Rodrigues, de 14 anos, que escapou da morte em Cariacica após ser atropelada por um motorista que admitiu estar embriagado ao volante. O malabarismo aqui foi da vítima, que se levantou logo após ser atropelada e sofreu apenas alguns arranhões.

Yasmin Rodrigues, de 14 anos, ficou ferida na perna devido ao atropelamento em Cariacica
Yasmin Rodrigues, de 14 anos, ficou ferida na perna devido ao atropelamento em Cariacica. Crédito: Fernando Estevão

Estamos em mais um Maio Amarelo, campanha nacional com o objetivo sensibilizar a sociedade para a importância da adoção de comportamentos mais seguros no trânsito. Todos esses casos expressam justamente o contrário disso: atitudes no trânsito que colocam diariamente vidas em risco.  Dados do Ministério da Saúde estimam que anualmente ocorrem cerca de 40 mil mortes no trânsito. Isso sem falar nas sequelas físicas e psicológicas das vítimas que sobrevivem e dos seus familiares.

O trânsito não se torna violento sem a ação humana, só há como pacificá-lo com mudanças de comportamento de motoristas, pedestres, ciclistas e motociclistas. Todos são responsáveis. Essas cenas impressionantes se repetem com tanta frequência que correm o risco de serem banalizadas. Mas é preciso se indignar e lutar pela paz no trânsito, por mais utópico que isso pareça.

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