Os 78 municípios capixabas, em 2024, viram pela primeira vez desde 2015 as despesas se igualarem às receitas, como já foi debatido neste espaço. E esse é um sinal de alerta para os gestores públicos: como reforçou o economista Alberto Borges, um dos maiores estudiosos em finanças públicas do país, em conversa com Abdo Filho no Papo de Valor, a tendência de bonança na arrecadação testemunhada desde a pandemia está chegando ao fim. "Os prefeitos precisam olhar para as suas despesas”, aconselhou.
É a cartilha do gasto público de qualidade que precisa ser colocada em prática. A população tem toda a razão de exigir bons serviços públicos, sobretudo saúde, educação, segurança e infraestrutura urbana. É o que se espera quando se paga impostos. Dessa forma, como disse o economista no bate-papo, a pressão por mais gasto público é gigante no Brasil.
"Repare que as receitas sobem e os gastos vêm junto. A Lei de Responsabilidade Fiscal, que é muito importante, olhou para os gastos com pessoal, mas deixou coisas relevantes, como custeio, de fora. Precisamos enfrentar esse tema do orçamento público com urgência. A qualidade do nosso gasto é ruim", explicou.
O que está em questão não é deixar de atender as demandas concretas da população, mas entender onde os recursos públicos acabam sendo desperdiçados, com avaliação séria de políticas públicas. É nesse sentido que se faz o ajuste: deixando de gastar onde não é necessário. Isso é eficiência. O país, e isso começa no âmbito municipal, precisa tomar melhores decisões orçamentárias.
Quando há saúde financeira, a população é a primeira a sentir, porque os serviços públicos passam a funcionar com mais eficiência. "O Brasil precisa abraçar essa ideia da qualidade do gasto público", reforçou Alberto Borges. Afinal, o maior beneficiado é o próprio país.
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