
A pandemia de Covid-19 foi um pesadelo coletivo. Uma distopia que virou realidade e precisou ser enfrentada em escala mundial. Exatos cinco anos após a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretá-la, ainda estamos aqui. Exceto pelas mais de 7 milhões de pessoas que tiveram as vidas interrompidas pela doença desde então em todo o planeta. Mais de 715 mil no Brasil, 15 mil no Espírito Santo.
Números superlativos, que esgotam qualquer questionamento que ainda venha a surgir sobre a gravidade desse período sombrio. Sem brechas para o negacionismo.
Ainda estamos aqui, mas não sem traumas: a crise sanitária deixou marcas indeléveis, sociais e individuais. A ansiedade e o medo de contrair uma doença desconhecida, que foi sendo desvendada pela medicina e pela ciência enquanto fazia suas vítimas. Um esforço inédito, diga-se, que culminou na produção das vacinas que colocaram fim ao tormento.
O isolamento, a saudade nos dias que custavam a passar. As dificuldades econômicas, os desafios e perdas educacionais. São tantas as cicatrizes, mas o mundo conseguiu retomar sua órbita. Cinco anos depois, é possível respirar e encarar o futuro, com os inúmeros desafios que o cercam. Por que, então, relembrar um pesadelo?
Porque a cura pelo aprendizado é possível, para que decisões erradas não se repitam; e não se deve apagar a própria história em troca de conforto. A pandemia de Covid é um capítulo que marcou diferentes gerações. O esquecimento não pode ser uma opção.
O jornalismo, que foi essencial no combate à desinformação, tão virulenta durante a pandemia, segue cumprindo esse papel, cinco anos depois. Os veículos da Rede Gazeta, até o fim deste mês, vão retomar esse período que foi um divisor de águas de nossa historia recente, com enfoque no enfrentamento da pandemia em território capixaba. Sobreviventes e familiares de vítimas da Covid serão o fio condutor dessas histórias, com a presença fundamental dos profissionais de saúde, das autoridades públicas e dos jornalistas.
O pesadelo acabou, voltar a ele é uma forma de encará-lo de uma posição mais tranquila. Insistir no esquecimento é que pode ser perigoso, porque não apaga o que aconteceu e não nos prepara para o futuro.
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