Internet 5G: ES não pode recepcionar o futuro com atraso

Leilão da nova tecnologia definiu concessionárias do serviço, que deve começar em junho de 2022 no país e promete revolucionar as telecomunicações. Mas, no Estado, nenhum dos 78 municípios atualizou a legislação ainda para abrigar as novas antenas

Publicado em 05/11/2021 às 02h03
Tecnologia 5G exige maior número de antenas do que modelo atual para mesma área de cobertura
Tecnologia 5G exige maior número de antenas do que modelo atual para mesma área de cobertura. Crédito: José Paulo Lacerda/CNI

O Brasil está chegando um pouco atrasado na corrida pela internet 5G, já adotada em alguns países do globo. Nada grave, mas é um alerta. Após alguns adiamentos, na última quinta-feira (4) finalmente ocorreu o leilão para exploração da internet de altíssima velocidade, cujo impacto na vida das pessoas ainda é difícil de calcular. Sabe-se apenas que será imenso.

Mas a revolução não depende apenas que os lotes sejam arrematados. Para garantir a melhoria do serviço de telecomunicações, até 100 vezes mais rápido do que o atual 4G, todos os municípios brasileiros precisam ter legislação própria para regulamentar a instalação de antenas. Das mais de 5.500 cidades do país, apenas 19 já criaram as regras. Nenhuma no Espírito Santo.

A previsão é de que o 5G comece a ser implementado já em junho de 2022, nas capitais. É preciso olhar atento para não ficar para trás na tecnologia que promete impactar a produtividade da indústria, os modelos de negócio, a educação, a medicina e o que mais se queira nomear. Se tudo correr dentro do planejado, o 5G deve representar um ganho econômico de US$ 1,2 trilhão para o PIB do Brasil até 2035.

Nada vai mudar de uma hora para outra. Como definiu Fabro Steibel, diretor-executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade, em entrevista ao podcast “O Assunto”, do G1, num primeiro momento o Brasil terá nada mais do que um “5G caviar”, aquele de que só se ouve falar. Mas os gestores têm que se movimentar desde já para arrumar a casa.

No ano passado, após alerta da Anatel, a Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) reforçou, junto aos prefeitos capixabas, a necessidade de adequação à Lei Geral de Antenas, de 2015. Também enviou modelo de documento a ser adotado pelas gestões municipais. Vitória começou pela atualização de legislações.

Isso porque, após a definição das concessionárias, a corrida volta-se para a instalação das infraestruturas de redes. Em linhas gerais, as antenas para que a internet megaveloz seja uma realidade. Essa implementação depende de definições dos municípios, com mudanças em regras de obras de pequeno risco, impacto de vizinhança e licenciamento ambiental, por exemplo. É preciso ter em conta que o 5G vai exigir de cinco a 10 vezes mais antenas que o 4G, considerando a mesma área de cobertura.

A nova internet não traz apenas mais velocidade e estabilidade. Representa ganhos absurdos para automatização da indústria, carros autônomos, controle de portos e aeroportos, sincronia de semáforos, transporte urbano e medicina remota. O Espírito Santo, se quer acompanhar o bonde da história, não pode recepcionar o futuro com atraso.

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