
Quando o governador Renato Casagrande e sua comitiva estiveram no Vaticano no ano passado diante do Papa Francisco, morto nesta segunda-feira (21), a bandeira do Espírito Santo foi abençoada pelo líder máximo da Igreja Católica. Foi a coroação espiritual de um estado que fez por onde e merece todas as bênçãos, diante dos avanços institucionais, econômicos e sociais que têm se consolidado nas últimas décadas. Um estado-modelo para o Brasil, mas curiosamente ainda bastante invisibilizado.
Ao mesmo tempo, a bênção também veio carregada de bons presságios. De olho em um futuro que já está sendo desenhado, no qual serão colhidos os frutos dos bons trabalhos de hoje. O ES 500 anos será um planejamento de longo prazo para temas fundamentais para os capixabas: segurança, saúde, educação, transição tributária, economia, tecnologia, mudanças climáticas, transição energética, combate às desigualdades...
E para tanto não se partirá do zero: será a evolução, organizada e planejada, de tudo o que Espírito Santo vem construindo neste século XXI. O Estado tem sido um exemplo de equilíbrio fiscal, com uma relação construtiva entre o setor produtivo e governos, o que tem atraído investimentos robustos. E isso se reflete na qualidade dos serviços públicos, como educação, saúde e saneamento.
A economia tem se diversificado. E ainda há o compromisso com o futuro, traduzido na criação de um fundo soberano com os royalties do petróleo. Muito já se fala, inclusive, na transição energética. E há a expectativa de os gargalos logísticos serem superados pouco a pouco. A segurança pública, um dos setores mais críticos, também registra vitórias, como a redução dos homicídios ano após ano. O ES 500 Anos vai mostrar o que deve ser tratado como prioridade. E, uma delas, certamente, será se vender melhor para o mundo, diante de tantos aspectos positivos.
É o que acredita também André Coutinho, um dos consultores por trás do ES 500 Anos. "A gente usa uma expressão que é o 'place branding', eu preciso criar a marca e a identidade do Espírito Santo. Eu, por exemplo, quando cheguei para fazer esse plano, não conhecia as maravilhas turísticas que o Estado oferece. Eu não sabia que o Estado tem um polo de saúde muito desenvolvido para alguns tratamentos. O Estado tem seus ativos, suas potencialidades, e a gente acaba não conhecendo por essa falta de promoção", disse ele ao videocast Papo de Valor, comandado pelo colunista Abdo Filho.
O Espírito Santo precisa quebrar essas barreiras, com planejamento e estratégia. Não é só para o turismo no Espírito Santo — uma das áreas que podem aumentar a arrecadação capixaba com a reforma tributária —, sobre o qual Fabricio de Oliveira, ex-prefeito de Balneário Camboriú, já havia reforçado a necessidade de mais divulgação: "O Espírito Santo merece ser vendido”, afirmou ele, em evento em Cachoeiro de Itapemirim no mês de março.
É para tudo o que, atualmente, temos de melhor. E para as potencialidades, apenas esperando um empurrão para serem deslanchadas. Mais do que publicidade oficial, é preciso encontrar caminhos menos óbvios para se posicionar, diante do Brasil e do mundo, como um Estado no qual vale a pena viver, trabalhar, visitar ou investir. Com as bênçãos do agora saudoso Papa Francisco.
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