
A criação de um programa de financiamento para a construção de pequenas barragens dentro de propriedades rurais, anunciado pelo governo do Estado na semana passada, vai ajudar a garantir segurança hídrica aos produtores, sobretudo durante as crises provocadas pelas estiagens. Essas reservas de água para o agro se tornaram imprescindíveis diante das perspectivas de mudanças cada vez mais radicais dos regimes de chuva.
É uma nova frente de enfrentamento das mudanças climáticas, ao lado do programa estadual de barragens de uso coletivo. Há obras importantes, como a construção da barragem no rio Piraquê-Açu, em Aracruz, anunciada no ano passado. Também em 2024, o governo do Estado autorizou o início das obras da Barragem Córrego Ribeirão Floresta, no distrito de Burarama, em Cachoeiro de Itapemirim. Outros nove projetos de reservatórios entraram no planejamento estadual para os próximos anos.
Outro avanço importante, que vai garantir o abastecimento de água da Grande Vitória por até seis meses, foi o início das obras, em agosto passado, da Barragem dos Imigrantes, no Rio Jucu, com capacidade de armazenar 23 bilhões de litros de água. O novo sistema vai quase dobrar a capacidade atual, já que a Barragem de Rio Bonito, entre Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá, reserva até 27 bilhões de litros.
A imprevisibilidade de eventos climáticos extremos não são razão para que governos e autoridades lavem suas mãos, pelo contrário. A racionalidade na gestão está na contingência, no planejamento de ações que podem mitigar os impactos. Os financiamentos para auxiliar os produtores rurais na construção de suas próprias barragens são importantes nesse sentido, bem como os investimentos nos grandes reservatórios.
Sem água, a população sofre na pele com o desconforto e os impactos na saúde. Sem água, não há como produzir alimentos. Não há nada mais lógico do que armazenar, quando as chuvas enchem os rios, para garantir por algum tempo o abastecimento dentro de alguma normalidade.
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