Morte na Mata da Praia: armas transformam desavenças em crimes

Uma família está chorando a perda de um ente, outras famílias poderiam estar na mesma situação após o tiroteio no meio da rua. Um duelo como o de sábado passado é algo inaceitável em uma sociedade regida por leis

Publicado em 23/04/2024 às 01h00
Mata da Praia
Manoel de Oliveira foi morto com um tiro na cabeça na Mata da Praia, em Vitória. Crédito: Divulgação/Redes Sociais

Uma arma na mão pode ser o suficiente para transformar uma desavença em um crime. A troca de tiros entre dois moradores da Mata da Praia, que culminou na morte de um deles, não é o primeiro nem será o último exemplo disso. Três dias depois desse episódio no qual a sensatez foi calada pelos disparos, fica a certeza de que o desfecho poderia ter sido outro se as armas estivessem fora de cena.

As responsabilizações sobre o caso cabem à Justiça, que vai avaliar e julgar a diferentes versões, além de outras evidências, como as imagens das câmeras de segurança, do que ocorreu no início da noite daquele sábado (20). Mas há considerações que podem e devem ser feitas baseadas tanto nas alegações da defesa do advogado preso pelo crime quanto nas da família do aposentado morto.

Sobretudo, ficou evidente que a convivência entre as pessoas está cada vez mais difícil.  No caso, as discordâncias começaram por conta do cachorro da vítima, que estava na pracinha do bairro sem coleiras. Há regras para a circulação de cães nas ruas de Vitória que proíbem cães de grande porte sem coleiras e focinheiras, e não há brechas para isso. Nem mesmo a docilidade do animal.  

Ora, não era o caso de uma conversa? Ou de buscar formas legais de fazer a lei ser cumprida? Vizinhos precisam se entender com civilidade, todos vivem em sociedade, sob as mesmas regras. Em algum momento, a discussão entre os dois descambou para a violência, que sempre começa com a escolha de palavras agressivas. De onde elas partiram primeiro? Quem provocou e atirou primeiro? Como dito antes, essa é uma resposta que só a Justiça pode dar. Mas é fato que nenhum dos lados deveria usar armas para calar uma discussão.

Ainda não há informação sobre a situação legal das armas dos envolvidos, mas o episódio é emblemático da necessidade de controle rígido para o porte e a posse. Definitivamente, não é qualquer pessoa que pode ter acesso a elas. Armas podem criar uma sensação momentânea de poder, com danos irreversíveis.

Uma família está chorando a perda de um ente, outras famílias poderiam estar na mesma situação após o tiroteio no meio da rua.  Um duelo como o de sábado passado é algo inaceitável em uma sociedade regida por leis.

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