O Código de Trânsito Brasileiro só vale para os condutores de veículos automotores (motoristas e motociclistas), que podem ser efetivamente punidos por usarem celular no trânsito. Mas a verdade é que não são somente essas duas categorias que andam com os olhos grudados nas telas enquanto deveriam estar mais atentos ao que acontece ao redor nas ruas.
Com a chegada em massa das bicicletas elétricas e das scooters às ciclovias da Grande Vitória nos últimos anos, não é difícil flagrar adultos e adolescentes usando o aparelho em movimento, inclusive nas ruas. O mesmo vale para os ciclistas da bicicletas tradicionais. Com os espaços compartilhados para o tráfego cada vez mais movimentados e confusos, é um risco e tanto adicionar esse elemento de distração a uma atividade que exige atenção.
Nem mesmo os pedestres escapam. Por mais que a própria legislação de trânsito exija dos veículos maiores o cuidado e o zelo com quem caminha pelas ruas, eles não podem ser poupados da advertência: atravessar uma via olhando o celular é perigoso demais. É se expor ao risco sem nenhuma necessidade. Mas, infelizmente, é cada vez mais comum.
Para motoristas e motociclistas, dirigir e manusear o celular ou dirigir e simplesmente segurar o aparelho são infrações gravíssimas, com multas de R$ 293,47. Falar ao celular, mesmo com fones, é uma infração média, com multa de R$ 130,16. No Espírito Santo, somente neste ano, foram registradas quase 11 mil infrações. Para que esse comportamento seja de fato reprimido, é preciso fiscalização. Desde 2022, uma resolução do Contran passou a possibilitar o flagrante por câmeras de videomonitoramento, caso haja sinalização. Um avanço, sem dúvidas.
Mas e os demais personagens do trânsito, que não podem ser multados? Definitivamente, estamos precisando de um choque de educação no trânsito, para trazer de volta alguma dose de bom senso sobre as próprias atitudes. E isso vale para todos. Atravessar uma avenida com um celular no rosto ou fazendo uma selfie em cima de uma bike elétrica é uma irracionalidade. O celular pode ser tão perigoso quanto o álcool no trânsito e precisa começar a ser igualmente abominado.
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