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Para voltar a crescer, o Brasil vai precisar de um novo Plano Real

Para voltar a crescer, o Brasil vai precisar de um novo Plano Real

País necessita de novo plano, como o que virou o jogo da economia brasileira em 1994. Mas, desta vez, com o objetivo de fazer o PIB voltar a crescer de verdade, sem voo de galinha

Publicado em 11 de novembro de 2021 às 02:00

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O ano de 2022 ficará marcado pela mais importante  eleição presidencial em décadas. (Carlos Alberto Silva)

Estamos a 50 dias de 2022. Ano que ficará marcado pela mais importante das eleições presidenciais em décadas. Embora os desafios sejam muitos, está claro que entre eles está fazer o Brasil voltar a crescer.

Há 30 anos, nosso maior desafio era acabar com a inflação, tarefa que então parecia impossível. Mas o Plano Real, em 1994, veio e fez a famosa estabilização econômica. O que precisamos hoje é de um novo Plano Real, mas, desta vez, com o objetivo de fazer o PIB voltar a crescer de verdade, sem voo de galinha. Os candidatos que já começam a se colocar precisam apresentar esse plano à nação.

Está claro que o primeiro passo a ser dado é rumo ao equilíbrio. O dinheiro de quem quer investir, seja ele um microempresário do interior do Espírito Santo ou de um grande fundo internacional, não gosta de sobressaltos, principalmente os desnecessários. Para isso, o país não pode se conformar, por exemplo, de ser um pária internacional.

O candidato também precisa provar que tem habilidade para negociar com o Congresso e interesse de aprovar reformas, destacadamente a administrativa - que visa enxugar esse Estado grande e ineficiente - e a do sistema tributário.

Negociar, bom sempre destacar, não significa o toma lá dá cá de baixíssimo nível que o país, infelizmente, se acostumou a testemunhar nos últimos tempos. Não significa se vender. Não significa se corromper. Não significa comprar apoio. Estes, aliás, são expedientes que atendem apenas aos interesses dos que se beneficiam com esse tipo de situação. Afinal, há tempos que, apesar de tudo, os avanços vindos de Brasília são cada vez mais raros.

A negociação deve partir da liderança de um presidente a ser legitimamente eleito no ano que vem por, seguramente, quase 60 milhões de votos. Ele precisa ter a clareza do que precisa ser feito para liderar todo esse processo de renovação do país. Por isso as ideias e os projetos precisam estar colocados desde cedo.

Não é possível admitir que um país como o Brasil, ainda majoritariamente jovem, com tantas potencialidades e muito ainda por fazer tenha tantos desempregados ou trabalhadores subutilizados. Não podemos aceitar a queda drástica no rendimento do brasileiro médio, que, por sinal, vem sendo corroída dos dois lados: ganhos menores de um e inflação galopante de outro.

Qual é o plano para atrair o capital privado para as grande obras de infraestrutura, tendo em vista que não será nosso quebrado Estado que as tocarão? Qual é o plano dos que se colocam na disputa presidencial para tirar o peso da burocracia estatal das costas dos empreendedores? O que será feito do ponto de vista educacional, tendo em vista que a pandemia esgarçou o que já estava muito ruim e ainda temos o dever de preparar nossas crianças e jovens para um mundo que muda de maneira muito rápida? Qual é o plano para que as fundamentais reformas passem? Qual é o plano para voltarmos ao equilíbrio?

É o que esperamos, como cidadãos, e cobraremos, sem cansar, como jornalistas. Os candidatos que assim não fizerem não terão a confiança dos brasileiros.

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