Barragem do Rio Jucu precisa sair do papel

A segurança hídrica proporcionada pela estrutura a ser construída no Rio Jucu, com capacidade para armazenar 23 bilhões de litros de água, justifica a colocação desta obra como prioridade

Publicado em 27/03/2024 às 01h00
Rio Jucu
Esquema em 3D da futura Barragem dos Imigrantes. Crédito: Cesan

Não estamos passando por um período de estiagem no Espírito Santo. Pelo contrário, o Sul do Estado está atravessando mais uma tragédia provocada pelo excesso de chuvas, com ao menos 20 pessoas mortas. Mas o cenário que se desenha para o planeta, com as mudanças climáticas, é justamente a alternância de eventos extremos.

A conta simples: assim como são necessários planos de contingência para as chuvas, é preciso se preparar para a escassez delas.

Por isso, é preciso celebrar a fase final do processo de licitação  para a construção da Barragem dos Imigrantes, que ficará entre os municípios de Domingos Martins e Viana. Sobretudo, por ser uma obra marcada pelos impasses: em 2022, um contrato anterior, assinado em 2018, acabou sendo rescindido. Em dezembro do ano passado, o novo edital foi anunciado. Espera-se que deslanche com a escolha da empreiteira.

Foi a crise hídrica registrada entre 2015 e 2017, que teve impactos na agricultura e na indústria, que mostrou a urgência de mais sistemas de armazenamento de água. A Barragem do Jucu, sozinha, vai garantir o abastecimento por seis meses, afastando o risco de racionamento em períodos sem chuva.

A segurança hídrica proporcionada pela estrutura a ser construída no Rio Jucu, com capacidade para armazenar 23 bilhões de litros de água, justifica a colocação desta obra como prioridade.  Como informou Abdo Filho em sua coluna, o novo sistema vai chegar bem perto de dobrar a capacidade de armazenamento de água para a Região Metropolitana. A Barragem de Rio Bonito, que fica entre Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá, reserva até 27 bilhões de litros.

Se o cronograma for seguido à risca, a Barragem dos Imigrantes será entregue em outubro de 2026. A obra foi contemplada, no ano passado, pelo novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. 

Os reservatórios não solucionam definitivamente os estragos provocados pelas secas, são uma medida paliativa. Mas podem fazer a diferença em cenários de escassez. A obra precisa começar a sair do papel, para que a Grande Vitória esteja preparada para cenários hídricos adversos.

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