É importante reagir com otimismo às estatísticas de segurança pública deste ano, até o momento. O mês de julho acaba de suceder um semestre de êxitos no Espírito Santo, com a redução mês a mês do número de homicídios e seguidos recordes na série histórica.
Foram 65 registros no mês em questão, representando uma queda de 29% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram contabilizados 90 assassinatos. Se for mantida a tendência, os números de 2025 devem ser ainda mais baixos que os do ano passado, quando houve menos de 900 casos em todo o Estado.
Tâmbém houve redução considerável nos feminicídios, com 16 casos registrados entre janeiro e julho deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 27. A morte violenta de mulheres por questões de gênero continua sendo uma tragédia social, mas é importante começar a demarcar uma nova era de paz com quedas cada vez mais consistentes. A Grande Vitória tem o que comemorar: está há mais de 60 dias sem registrar esse crime.
Vamos aos méritos: de um lado, as estratégias de combate ao tráfico, que vão além das necessárias operações policiais, sobretudo a presença do Estado (e nesse caso não somente o governo estadual, como as prefeituras) na oferta de serviços públicos e de infraestrutura para provocar a redução dos homicídios.
E, no caso dos feminicídios, o incremento de políticas públicas, das delegacias especializadas às medidas protetivas, para proteger mulheres em situação de vulnerabilidade. É a permanência dessas ações que ajuda a mudar realidades.
Mas é incontestável o protagonismo da educação nesse processo. Principalmente o ensino integral, com meta de oferta em 50% das escolas públicas prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), é capaz de inserir os mais jovens em um processo de envolvimento com o ambiente escolar capaz de concorrer com as seduções da criminalidade e vencê-las. Na rede estadual de ensino são 214 unidades com ensino integral. Em Vitória, são 41 escolas.
Quando a educação é precária, ela não consegue engajar os mais jovens. Essa é uma das grandes mazelas brasileiras, porque se relaciona com tudo o que dá errado neste país. As deficiências educacionais prejudicam a criação de capital humano e acentuam as desigualdades sociais, beneficiando a criminalidade. E também a violência doméstica, porque a educação pode ser uma ferramenta eficiente contra o machismo e a misoginia. Fortalecer a educação é reduzir a violência.
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