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Soja leva estados produtores a liderar crescimento do PIB entre 2002 e 2018

Soja leva estados produtores a liderar crescimento do PIB entre 2002 e 2018

O segundo grupo de estados que concentram a geração de riqueza compostos por Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná perdeu 0,9%

Publicado em 13 de novembro de 2020 às 16:20

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Máquina agrícola durante plantio de soja no Paraná
Máquina agrícola durante plantio de soja no Paraná. (Mauro Zafalon /Folhapress)

A explosão do agronegócio nas regiões Norte e Nordeste levou estados produtores de soja a acumularem crescimento acima da média nacional entre 2002 e 2018, informou nesta sexta (13) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Parte da região conhecida como Matopiba (Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Maranhão) registraram elevadas taxas médias de crescimento anual do PIB (produto interno produto): 5,1%, 4,9%, 4,2% e 3,8%, respectivamente, contra uma média nacional de 2,2% no período.

Segundo o IBGE, a diferença é explicada pelo avanço da soja nesses estados. No Piauí, a construção de usinas eólicas também contribuiu com o crescimento, informou o técnico do IBGE Luiz Antônio de Sá.

Esse movimento levou a uma redução do peso dos maiores estados na economia. São Paulo perdeu 3,3 pontos percentuais, entre 2002 e 2018, passando a ter uma participação de 31,6% no PIB nacional.

O segundo grupo de estados que concentram a geração de riqueza (Rio, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná) perdeu 0,9%.

Já as demais 22 unidades da federação passaram de 31,9% em 2002 para uma fatia de 36% em 2018. "A variação acumulada tem forte concentração no Norte e no Nordeste", disse Sá.

Considerando a geração de riqueza por habitante, as diferenças entre as regiões Norte e Nordeste do restante do país ainda são imensas, mas também vêm mostrando redução nos últimos anos.

Em 2018, o PIB per capita do Distrito Federal, por exemplo, era 2,55 vezes a média nacional. Já o do Maranhão, o menor do país, esse indicador era 0,42 vezes menor. Mas em 2002, a diferença era maior: 2,93 vezes maior no Distrito Federal e 0,31 vezes menor no Piauí, o menor naquele ano.

Nesse período, houve avanço no PIB per capita de 16 unidades da federação, enquanto as três maiores (Distrito Federal, Rio e São Paulo) recuaram.

"Apesar do quadro de concentração ainda persistir, a razão de PIB per capita está convergindo para a média, tanto entre os maiores quanto entre os menores", afirmou o técnico do IBGE.

Em 2018, embora a região Norte tenha liderado o crescimento da economia, o processo de desconcentração perdeu força, já que Rio e Espírito Santo contribuíram para que a região Sudeste mantivesse sua fatia no PIB nacional.

São Paulo, o principal motor, continuou perdendo participação no volume de riquezas geradas no país.

No geral, a economia brasileira cresceu 1,8% em 2018, segundo revisão divulgada pelo IBGE na semana passada. Foi o segundo ano de recuperação da recessão iniciada em 2014, com bom desempenho da agropecuária e do setor de serviços, que abrigou parte dos desempregados pela crise nos anos anteriores.

Na região Norte, o PIB cresceu 3,4% em 2018. As regiões Centro Oeste (2,2%) e Sul (2,1%) também cresceram acima da média. Já o Sudeste teve a menor alta, de 1,4%.

Entre os estados, as maiores taxas foram observadas no Amazonas (5,1%), em Roraima (4,8%) e no Mato Grosso (4,3%) –puxados, respectivamente, pela indústria de transformação, os serviços e a produção de soja.

Ao todo, 15 estados tiveram crescimento acima da média nacional em 2018. O único que teve PIB negativo em 2018 foi Sergipe (-1,8%), por problemas climáticos que afetaram sua produção agrícola. Em São Paulo, a alta foi de 1,5%.

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