Publicado em 8 de abril de 2020 às 14:20
A Petrobras anunciou nesta quarta (8) novas regras para incentivar a aposentadoria de empregados, com expectativa de economizar R$ 7,6 bilhões até 2025. A estimativa da empresa é que até 3,8 mil pessoas se habilitem. >
Segundo a Petrobras, as medidas são partes de um plano de resiliência para reduzir custos e sobreviver a um cenário de petróleo barato. Nas últimas semanas, a estatal já anunciou cortes de investimentos, redução temporária de salários e adiamento de bônus e dividendos.>
Entre as medidas para reduzir o quadro de pessoal o conselho de administração da companhia anunciou a criação de um novo programa de incentivo à aposentadoria, que vale para empregados já em idade de se aposentar pelo INSS.>
O programa terá vigência até o fim de 2023. Na medida em que os empregados estejam aptos a se aposentar durante esse período, eles poderão aderir à demissão incentivada. Por isso, diz a Petrobras, o ganho no caixa não é imediato, mas sim diluído ao longo dos próximos três anos.>
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Além do novo programa, a estatal ajustou os estímulos para adesão em três iniciativas de demissão voluntária já lançadas: um também para aposentados, outro para trabalhadores lotados em unidades que serão vendidas e o terceiro para empregados da área corporativa.>
A empresa não detalhou em nota quais seriam as mudanças nos incentivos, mas diz que fará uma provisão adicional de R$ 1,29 bilhão no balanço do segundo trimestre de 2020 para custear os novos compromissos com programa ligado a aposentadoria aprovado em 2019.>
Os outros dois, afirma, são feitos em ciclos e com números menores de vagas, totalizando menores custos. Os provisionamentos serão feitos conforme as inscrições ocorram.>
A Petrobras fechou 2019 com 57,9 mil empregados, queda de 8,5% em relação à quantidade do ano anterior, já provocada pela adesão a planos de demissão voluntária. Em 2013, antes da descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, eram 86,1 mil.>
"Os programas [de demissão incentivada] são importantes ferramentas de gestão de efetivo da companhia, sendo mais uma medida com foco na redução de custos a fim de reforçar a resiliência dos negócios", disse a empresa, em nota.>
Sindicatos dos petroleiros estão questionando junto ao Ministério Público do Trabalho uma das medidas adotadas nas últimas semanas: a redução da jornada de empregados da área administrativa, com corte proporcional nos salários. O Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) no Espírito Santo ainda não calculou os impactos desse plano de demissões no Estado.>
A medida foi anunciada na semana passada e terá duração de três meses. Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), deveria ser objeto de negociação com os sindicatos antes da implementação. A entidade pediu intervenção do Ministério Público.>
No mesmo dia em que anunciou a redução de jornada, a empresa informou que postergará entre 10% e 30% do pagamento de salários a empregados com função gratificada. Antes, já havia postergado vencimentos de diretores.>
A empresa estabeleceu como meta reduzir em US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,3 bilhões, pela cotação atual) os gastos operacionais. A companhia também anunciou na ocasião corte na produção de petróleo em 200 mil barris por dia.>
Nesta semana, estabeleceu um teto de produção de 2,07 milhões de barris de petróleo por dia, em média, durante o mês de abril. O valor é 25% menor do que a média registrada no ano de 2019.>
"O cenário atual é marcado por uma combinação inédita de queda abrupta do preço do petróleo, excedente de oferta no mercado e uma forte contração da demanda global por petróleo e combustíveis", disse a empresa ao anunciar a redução da jornada de trabalho.>
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