Publicado em 15 de fevereiro de 2025 às 16:58
Com o início das operações, neste sábado (15), da plataforma Almirante Tamandaré, no pré-sal, a Petrobras estreia uma nova geração de unidades de produção de petróleo no país, bem maiores que as já existentes e com maior esforço para reduzir emissões de gases do efeito estufa.>
Instalada no campo de Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, a Almirante Tamandaré tem capacidade para produzir até 225 mil barris de petróleo por dia, 25% superior às maiores unidades hoje em operação no Brasil e equivalente às maiores do mundo, instaladas na costa da África.>
A plataforma é a primeira de uma série de seis unidades gigantes de produção de petróleo previstas para os campos de Búzios, Sépia e Atapu. O objetivo é "monetizar o mais rápido possível" a elevada capacidade dos poços do pré-sal, diz a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi.>
A estratégia incluiu a perfuração de poços mais largos, que permitirão a extração de até 60 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a dois terços de toda a produção em campos terrestres no Brasil. Serão os primeiros poços com oito polegadas de diâmetro, contra as seis usuais no pré-sal.>
>
"E aí a produtividade é maior ainda", diz Baruzzi. "Por que a gente está fazendo isso? Por que o reservatório é muito bom. A extensão, a coluna do reservatório tem o tamanho do Cristo Redentor", diz a executiva.>
A plataforma tem 351 metros de comprimento e 60 metros de largura, o equivalente a quase três campos de futebol em sequência. Pesa 44 mil toneladas e, por suas características peculiares, não pode ser construída sobre um casco de navio, como costuma ocorrer.>
Seu casco foi construído especificamente para suportar todos os equipamentos instalados em seu convés, que incluem sistemas de geração de energia e de separação da mistura de petróleo, gás, água e gás carbônico que chegam dos poços.>
A maior parte das obras foi realizada pelo estaleiro chinês CMHI, com parte dos equipamentos do convés construídos em estaleiros no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro e depois enviados à China para montagem.>
A Petrobras queria iniciar as operações no início do ano, mas um impasse com a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) não permitiu. A agência é responsável por autorizar o funcionamento de unidades de produção de petróleo no país.>
Durante a semana, informou à Folha que havia uma pendência relativa a "atendimento a um condicionante relacionado à segurança operacional, que foi estabelecido pela ANP a partir da auditoria de estaleiro realizada em maio de 2024". Na sexta (14), acabou autorizando a operação.>
Além dos 225 mil barris de petróleo, a plataforma tem capacidade para processar 12 milhões de metros cúbicos de gás natural, o equivalente a cerca de um quarto do consumo nacional, sem contar térmicas. Em seu casco, pode armazenar 250 mil barris de petróleo.>
A Petrobras diz que o projeto prevê uma série de tecnologias para reduzir a pegada de carbono, como a operação sem a chama de segurança no flare, equipamento usado na plataforma para queimar o gás não utilizado no processo, e um sistema de aproveitamento de calor que reduz a necessidade de geração de energia.>
Para as próximas unidades, a estatal estuda ampliar a eletrificação das operações, reduzindo ainda o uso de gás natural e diesel.>
À época com seis plataformas em operação, o campo de Búzios alcançou em março de 2023 a marca de um bilhão de barris produzidos. A Petrobras tem como sócios no projeto as chinesas CNOOC e CNODC e a estatal PPSA (Pré-sal Petróleo SA), que gere os interesses da União no pré-sal.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta