Publicado em 5 de maio de 2020 às 10:26
RIO DE JANEIRO - A pandemia do novo coronavírus derrubou a produção industrial brasileira em março, informou nesta terça (5), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A queda em comparação com o mês anterior, de 9,1% é a pior desde maio de 2018, quando a greve dos caminhoneiros paralisou o país.>
De acordo com o instituto, o desempenho de março de 2020 coloca a produção industrial brasileira no mesmo nível de agosto de 2003. A queda foi generalizada, atingindo todas as categorias econômicas e 23 dos 26 ramos pesquisados.>
Em relação a março do ano passado, a produção industrial brasileira caiu 3,8%, no quinto resultado negativo nessa base de comparação. No ano, a indústria brasileira acumula queda de 1,7%.>
"Mesmo com o efeito-calendário positivo, já que com 22 dias, março de 2020 teve três dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior, observa-se a clara influência dos efeitos do isolamento social devido à pandemia de Covid-19, que afetou a produção de várias unidades produtivas no país", disse o IBGE.>
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O primeiro caso conhecido de Covid-19 ocorreu em 25 de fevereiro. No mês seguinte, março, o país começou a sentir os efeitos econômicos do novo coronavírus, com fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de evitar avanço da pandemia.>
Segundo dados do FGV/Ibre, a indústria brasileira teve atingiu em março o pior patamar de ociosidade dos últimos 20 anos. O Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada), aponta que, em média, as fábricas estão operando em 57,5% do que poderiam, nível 15,9 pontos menor do que os 73,4% registrados em dezembro de 2016, o pior momento da recessão iniciada em 2014.>
De acordo com os dados do IBGE, a principal influência negativa foi dada pelo setor automotivo, qye teve queda de 28%, com o paralisações e interrupções na produção. Após o início da pandemia, 64 das 65 fábricas do país tiveram as operações suspensas, provocando efeitos negativos também na cadeia de suprimento.>
Outras contribuições negativas relevantes vieram de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-37,8%), de bebidas (-19,4%), de couro, artigos para viagem e calçados (-31,5%), de produtos de borracha e de material plástico (-12,5%) e de máquinas e equipamentos (-9,1%).>
Do lado positivo, estiveram apenas ramos de impressão e reprodução de gravações (8,4%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (0,7%) e de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (0,3%).>
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis teve a queda mais acentuada na comparação com fevereiro, ao recuar 23,5%, com a queda na produção de automóveis. Os setores de bens de capital (-15,2%) e de consumo semi e não-duráveis (-12,0%) também tiveram taxas maiores do que a média nacional.>
Coronavírus ao redor do mundo
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