Publicado em 15 de maio de 2020 às 21:58
A saída precoce de Nelson Teich do comando do Ministério da Saúde nesta sexta (15) acontece em meio à instabilidade que Jair Bolsonaro está provocando no país durante a pandemia e provoca um efeito contrário ao que pretende o presidente, que é a reabertura mais rápida da economia. A avaliação é de José Ricardo Roriz, vice-presidente da Fiesp.>
Roriz, que também é presidente da Abiplast (associação da indústria de plásticos), afirma que o Bolsonaro está defendendo uma flexibilização rápida, mas avalia que para isso acontecer é preciso ter uma boa comunicação.>
"O que ele está fazendo é exatamente o contrário. Com essa instabilidade no Ministério da Saúde, como você vai fazer uma abertura, se existe uma insegurança geral com relação ao que está acontecendo aqui no Brasil? Você tem o presidente em uma direção, os governadores na outra. Não tem um alinhamento do presidente com o Congresso", afirma Roriz.>
Segundo ele, é preciso dar segurança às famílias para que elas voltem ao comércio e às fábricas. "Cada dia e tem sido quase que diariamente que ele cria uma instabilidade, ele aumenta a insegurança e atrapalha ainda mais o retorno ao trabalho. Com uma insegurança como essa e a mensagem ruim, não tem condição de voltar porque está todo mundo inseguro" , diz ele.>
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Outro representante da indústria, Paulo Camillo ?Penna, presidente da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), afirma que falta uma direção.>
"O conjunto de medidas que estão sendo tomadas está insuficiente em razão de uma falta de planejamento e também da incapacidade da conjuntura em conseguir todos os equipamentos necessários. E a gente vê ainda esses esforços sendo drenados por discussões políticas de menor importância. Claramente nós não temos uma direção definida para combater esse problema da maneira que deveríamos", diz Penna.>
Humberto Barbato, presidente da Abinee (que representa a indústria de eletrônicos), avalia que Bolsonaro pode ter errado ao colocar Teich no cargo.>
"Talvez ele tenha escolhido mal a substituição do [ex-ministro Henrique] Mandetta. Qualquer administrador pode se equivocar na escolha de um auxiliar. Não sei se o ministro que se demitiu hoje realmente tinha perfil para ser ministro", diz Barbato.>
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