Publicado em 29 de julho de 2022 às 11:23
RIO DE JANEIRO - A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,3% no segundo trimestre de 2022, informou nesta sexta-feira (29) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor patamar para o período desde 2015 (8,4%), quando a economia atravessava recessão.>
O resultado veio em linha com as projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam 9,3% na mediana.>
A taxa estava em 11,1% no primeiro trimestre, período mais recente da série comparável. No trimestre móvel de março a maio deste ano, o indicador já havia ficado abaixo de 10%, estimado em 9,8%.>
O número de desempregados, por sua vez, recuou para 10,1 milhões no segundo trimestre. O contingente estava em 11,9 milhões nos três meses iniciais de 2022.>
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"A retração da taxa de desocupação no segundo trimestre segue movimento já observado em outros anos. Em 2022, contudo, a queda mais acentuada dessa taxa foi provocada pelo avanço significativo da população ocupada em relação ao primeiro trimestre", afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.>
Pelas estatísticas oficiais, a população desempregada reúne quem está sem trabalho e segue à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra nesse cálculo.>
Os dados divulgados pelo IBGE integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.>
Mesmo com a redução do desemprego, a renda média dos brasileiros ainda dá sinais de fragilidade. No segundo trimestre, o rendimento habitual do trabalho foi estimado em R$ 2.652. O valor representa relativa estabilidade em relação aos três meses imediatamente anteriores (R$ 2.625), conforme o IBGE.>
Contudo, na comparação com o segundo trimestre de 2021, houve queda de 5,1%. À época, a renda média era de R$ 2.794.>
Após o baque gerado pela pandemia, o mercado de trabalho tenta se recuperar no Brasil. Segundo a Pnad, o número de desocupados chegou a romper a faixa dos 15 milhões no começo de 2021, sob efeito da crise sanitária.>
Com a derrubada de restrições e a reabertura da economia, houve um processo de retorno ao trabalho, e o desemprego passou a ceder.>
A criação de vagas, contudo, foi marcada pelo tombo na renda média dos trabalhadores. A disparada da inflação é apontada como uma das questões responsáveis pelos salários mais enxutos.>
Conforme analistas, a recuperação do emprego encontra riscos no cenário dos próximos meses. Inflação ainda elevada, juros maiores e incertezas da corrida eleitoral ameaçam afetar a atividade econômica no segundo semestre e, consequentemente, a geração de postos de trabalho.>
Pressionado, o governo Jair Bolsonaro (PL) tenta estimular a economia por meio da liberação de recursos adicionais às vésperas das eleições.>
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