Publicado em 15 de agosto de 2021 às 15:08
Era final de 2019, quando Liel Miranda decidiu que a sua vida seria mais doce. Depois de 28 anos na fabricante de cigarros Souza Cruz, onde entrou estagiário e saiu presidente, o administrador de empresas aceitou o convite da multinacional de guloseimas Mondelez para comandar a operação da companhia no Brasil. >
Dona de marcas icônicas como os chocolates Lacta, Sonho de Valsa e Bis, os chicletes Trident, a bala Halls e os biscoitos Club Social, Belvita e Oreo, a Mondelez estava começando a se adaptar ao ritmo do novo presidente, que chegou com a missão de destravar processos e torná-la mais ágil, quando veio a pandemia. E Liel teve que se tornar um líder remoto. >
"Com apenas cem dias no cargo, passei a gerenciar a Mondelez por WhatsApp, Microsoft Teams, email, telefone", diz o sul mato-grossense de Aquidauana, que deixou a família no Rio e veio para São Paulo. "Brinco que comando a empresa pelo celular." >
Os perrengues iniciais deixaram dois grandes aprendizados. "Primeiro a sensação de liberdade proporcionada pela conectividade. Estou conectado o tempo todo, em qualquer lugar. É uma sensação de empoderamento para essa vida executiva", diz. >
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"Ao mesmo tempo, ficou a impressão de que estamos mais juntos do que imaginávamos. Até então, a gente vivia em bolhas -os líderes, os funcionários, a empresa, qualquer que seja o grupo. Mas a pandemia provou que os problemas que precisamos enfrentar como sociedade são de todos, o vírus não respeita bolhas", afirma Liel. >
O executivo incluiu a Mondelez entre as signatárias do Mover -Movimento pela Equidade Racial, que reúne 46 empresas com a meta de gerar 10 mil novas posições de liderança e capacitar 3 milhões de pessoas negras para o mercado de trabalho ou empreendedorismo, até 2030. Liel é um dos membros do conselho. >
"A desigualdade econômica está muito associada à desigualdade racial. Não tem como as empresas continuarem crescendo de forma sustentável se a sociedade brasileira não evoluir de forma sustentável. Essas questões precisam ser endereçadas", diz Liel. "Participar desse movimento é um sonho. Quero ver isso acontecer." >
Antes de 2030, porém, a Mondelez terá que atingir outras metas. Até o fim de 2024, 100% do chocolate produzido no Brasil será fabricado com cacau sustentável, fruto da parceria com produtores da região amazônica, dentro do programa mundial Cocoa Life. >
"Também dentro de três anos queremos que 25% do nosso portfólio seja formado por produtos veganos, sem glúten ou com nutrientes adicionais", diz Liel. "É uma tendência que veio para ficar." >
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