Publicado em 28 de maio de 2020 às 17:10
Aproximadamente um terço dos brasileiros que entraram com pedido na Caixa Econômica Federal para receber o auxílio emergencial durante a epidemia do coronavírus ainda não receberam nenhuma das três parcelas de R$ 600 prometidas pelo governo.>
Embora menos da metade da população em geral tenha solicitado a ajuda, entre as famílias com renda familiar até dois salários mínimos, a maioria fez o pedido.>
Segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 25 e 26 de maio com 2.069 brasileiros, 43% dos entrevistados solicitaram o auxílio. Dos que pediram a ajuda, cerca de 2/3 já foram atendidos com o pagamento de pelo menos uma parcela.>
Entre as famílias mais pobres, 60% solicitaram o auxílio. Entre elas, o total dos que já receberam e dos que nao tiveram resposta é semelhante ao do média da população (2/3 e 1/3, respectivamente).>
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Na população em geral, segundo o Datafolha, 57% não fizeram a solicitação; percentual que cai para 40% entre os que ganham até dois salários mínimos por mês.>
Na terça-feira (26) o governo autorizou a liberação de mais R$ 28,7 bilhões para bancar o auxílio emergencial de R$ 600. Com o novo repasse, o custo do programa já alcança R$ 152,6 bilhões.>
Segundo os dados oficiais, o auxílio aos afetados pela política de isolamento social foi liberado para quase 60 milhões de pessoas até o momento -número três vezes acima da projeção inicial.>
Além de ter sido mais amplamente solicitado pelos brasileiros de menor renda, os índices mais altos de pedidos de auxilio emergencial foram registrados entre os mais jovens (60% pediram), os moradores das regiões Norte e Centro-Oeste (54%), os trabalhadores informais (71%) e os desempregados (78%).>
Os maiores percentuais dos que pediram a ajuda e não receberam foram apurados entre os desempregados (4 em cada 10). Entre os trabalhadores informais, mais de 1/3 não recebeu.>
O Datafolha também perguntou aos entrevistados como avaliam a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Dos 33 pontos de avaliação positiva do presidente, 11 provêm de estratos que não votaram nele. Desses 11, a maioria entrou com o pedido de auxílio emergencial. >
O índice de ótimo e bom de Bolsonaro é quase o dobro entre os que pediram e já receberam o benefício na comparação com os que ainda não receberam.>
Se dependesse só de seus eleitores, Bolsonaro teria hoje apenas 22% de ótimo ou bom. Com a aprovação dos não o elegeram mas solicitaram a ajuda , ele chega a quase 29%. Os dois grupos juntos respondem por mais de 85% de sua avaliação positiva.>
Segundo o governo, cerca de 10 milhões de pessoas ainda aguardam resposta sobre o auxílio -e os cadastros para acessar o programa permanecerão abertos até julho.>
No Congresso, alguns parlamentares defendem a ampliação do número de parcelas do benefício, mas a ideia não conta com o apoio da equipe econômica.>
O ministro Paulo Guedes (Economia) já admite, no entanto, uma extensão por um ou dois meses de apenas R$ 200 por parcela.>
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