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Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 12:19
Você se sente próspero na vida? Para você, o que é prosperidade? Essas perguntas ditaram um levantamento inédito no Brasil para revelar o entendimento da população sobre o tema. No país, 9 em cada 10 brasileiros se consideram prósperos, embora em graus diferentes, variando entre quem está progredindo com dificuldades e quem já encontrou a estabilidade. >
Encomendado pelo Sicredi ao Instituto de Pesquisas Datafolha, com dados sobre aspectos e características associados à prosperidade, o estudo “O que é prosperidade para os brasileiros?” revela que, para os cidadãos, os fatores econômicos têm grande relevância, mas o conceito vai além do dinheiro: qualidade de vida, educação, trabalho, bem-estar e acesso a bons serviços de saúde estão entre as ideias de ascensão no país. >
A pesquisa ouviu cidadãos de todas as regiões brasileiras em setembro deste ano e, com os dados consolidados, divulgados na quarta-feira (3) em evento organizado pelos responsáveis pelo estudo em São Paulo, foi possível destacar que quase metade da população sente que está prosperando, ainda que com dificuldades, revelando um movimento de ascensão baseado em esforço e incertezas.>
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Do grupo alvo da pesquisa, além dos 47% que citam estar progredindo com dificuldades, uma parcela de 22% afirma que já alcançou um bom nível de prosperidade e 23% dos entrevistados se classificam como plenamente prósperos, somando 92% dos entrevistados. Enquanto isso, 5% dizem não conseguir progredir em direção à prosperidade e 3% afirmam não pensar no assunto.>
Segundo Paulo Alves, gerente de pesquisa de mercado do Datafolha, a prosperidade é um conceito diverso e plural para os brasileiros, já que há uma série de interpretações e de vivências sobre o tema. >
“Foi possível observar uma visão ampliada sobre a prosperidade. O dinheiro, para os brasileiros, é um meio para alcançar qualidade de vida, mas não resolve tudo”, exemplifica Paulo.>
A análise mostra que, embora o dinheiro esteja presente, a noção de prosperidade vai além da dimensão financeira, envolvendo relações, pertencimento, propósito e autocuidado. No país, revela a pesquisa, a prosperidade está sustentada por quatro pilares principais:>
O levantamento, porém, destaca que, entre esses pilares, a dimensão econômica representa a maior parcela de prosperidade para os brasileiros, destacada por 39% dos entrevistados. Os pontos psicológicos, espirituais e sociais representam 26%, 21% e 14%, respectivamente. >
“Nesses pilares, estão atributos como satisfação profissional, aquisição de bens, estabilidade financeira, saúde mental equilibrada, tempo livre para descanso e lazer e também paz interior, com atividades como meditação, rituais ou orações, além de boas relações com a família, segurança na cidade onde vive e poder viver a fé ou espiritualidade sem sofrer discriminação”, aponta Paulo Alves.>
O levantamento indica ainda que, apesar do peso maior da dimensão econômica, para as pessoas, o dinheiro é visto como um instrumento para alcançar a prosperidade, mas não como uma finalidade. >
Para a população brasileira, o dinheiro é valorizado, mas não é o centro de tudo, já que viver bem envolve vínculos, fé, estabilidade e sentido. Sonhos como casa própria, saúde e conforto dependem do dinheiro, mas não só dele.>
X.
Entrevistado pelo Datafolha no Nordeste do BrasilSegundo Alexandre Barbosa, diretor-executivo de estratégia, sustentabilidade, administração e finanças do Sicredi, a pesquisa deve abrir espaço para fóruns de discussão sobre o tema em todo o Brasil e, além disso, colabora para iniciativas de educação financeira e de organização pessoal para a população. >
“O propósito, em contato com nossos associados e com todos os brasileiros, é construir uma sociedade mais próspera. Temos, por exemplo, inúmeras ações em cooperativas para garantir isso para a população e uma série de estudos sobre o tema que vão nortear novas ações”, explica Alexandre.>
Os números do levantamento ainda mostram que 66% dos brasileiros acreditam que a prosperidade depende principalmente do próprio esforço. Já 35% têm a confiança de que as coisas irão acontecer naturalmente.>
“O resultado também indica um alto grau de engajamento das pessoas em alcançar a prosperidade: 7 em cada 10 entrevistados consideram estar fazendo muito ou o suficiente para isso. Ainda assim, cerca de um terço reconhece fazer pouco ou nada, revelando percepções diferentes de mobilização individual diante do desejo de prosperar”, destaca a pesquisa.>
Para Edval Landulfo, economista educador financeiro, a pesquisa é necessária justamente para mostrar como os brasileiros têm evoluído em diversos aspectos e, para isso, a educação financeira é o melhor caminho.>
“Temos que levar isso para todo o Brasil. São necessárias parcerias entre todos os setores para uma troca de informações que chegue nas pessoas. Afinal, a falta de informação é terrível. Precisamos ultrapassar barreiras e estamos caminhando para a melhoria da sociedade”, afirma Edval.>
* O jornalista viajou a São Paulo a convite do Sicredi.>
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