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O que esperar do mercado financeiro em 2024?

Diante do cenário econômico no Brasil e no mundo, veja o que esperar em relação aos investimentos; mas a regra mais importante é: não busque atalhos

Publicado em 03/01/2024 às 09h45

Ano novo, vida nova! Este é o momento em que renovamos nossas energias, nossa confiança e nossas expectativas para o período que se inicia. É hora de fazer os movimentos necessários para deixar para trás o que deu errado e começar, agora, a focar no que esperamos que dê certo em 2024.

Esperamos que não tenhamos pela frente um ano tão desafiador como foi 2023. As teses iniciam o ano mais consolidadas, a reabertura da China já é coisa do passado, a inflação americana já dá sinais claros de arrefecimento e a probabilidade de uma recessão mundial se reduziu bastante.

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Investidor deve respeitar seu perfil, ciente da volatilidade do mercado. Crédito: Scott Graham/Unsplash

No Brasil, ainda seguiremos os efeitos das altas taxas de juros por um bom tempo, o que deve segurar o nosso crescimento por alguns meses, mas, por outro lado, deve manter a inflação sob controle, apesar do nosso crônico problema fiscal. A boa notícia é que nossa balança comercial deve seguir batendo recordes, o que tira qualquer pressão sobre o câmbio.

E por falar em câmbio, se há um consenso no mercado neste momento é que o real deve continuar se apreciando frente ao dólar, que caiu 8% em 2023. O diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos segue alto, e a entrada de dólares de nossas exportações, principalmente na conta petróleo, com o aumento de produção que verificaremos no pré-sal, deve aumentar a oferta da moeda americana e pressionar sua cotação para baixo. Claro, isso é válido mantidas as condições atuais e sem nenhum choque geopolítico inesperado ocorrendo para mudar a perspectiva.

A Bolsa deve seguir se beneficiando do cenário de juros mais baixos, que, matematicamente, já gera um aumento no valor presente das companhias (preço de suas ações), mas que também contribui para o aumento dos lucros, com a queda das despesas financeiras das empresas. O Ibovespa fechou o ano com alta de 22%, impulsionado pela alta das ações da Petrobras, que possuem forte peso no índice. Em 2024, acreditamos que a dinâmica mudará, com as companhias mais ligadas ao consumo e à queda das taxas de juros apresentando uma performance melhor.

No segmento de fundos imobiliários, a perspectiva também é positiva, com fluxo predominante de pessoas físicas. A cotação dos FIIs mostra-se muito sensível ao nível da taxa Selic. Com os juros acima de 12% (ou 1% ao mês), o investidor médio estava feliz e tranquilo em seus fundos de renda fixa, CDBs, LCIs e LCAs. No entanto, com a Selic atingindo patamar inferior a 10% neste primeiro semestre, naturalmente haverá um direcionamento de parte dos recursos da renda fixa para os fundos imobiliários, que devem se valorizar com esse movimento.

Conforme tudo que já foi exposto, 2024 não será o ano dos fundos de renda fixa com liquidez; o 1% ao mês mais uma vez ficará para trás e, para obter um patamar maior de retorno, será necessário buscar a renda variável, que inicia o ano com todas as condições de entregar retorno maior do que a renda fixa neste ano.

Porém é sempre importante lembrar que a maioria dos brasileiros não está preparada para a volatilidade do mercado acionário. 2023 foi bastante didático: junho e novembro concentram toda a alta da Bolsa no ano; a soma dos outros 10 meses é próxima de zero. Ou seja, quem foi impaciente e resgatou ou tentou achar o melhor momento de entrar, provavelmente perdeu um dos dois meses e teve retorno bem inferior no ano. Assim, só deposite em aplicações de renda variável uma parcela dos seus recursos que não te tire a tranquilidade; respeite o seu perfil.

E, para concluir, o mais importante: não busque atalhos! Não há almoço grátis no mercado financeiro, não há renda fixa garantida turbinada. Se há potencial de retorno maior, haverá volatilidade junto, haverá risco das coisas não saírem como o esperado.

Com o Bitcoin em alta, voltarão as promessas de retornos indecentes com “trades de criptomoedas”, não se deixe seduzir. O Bitcoin rende mais em cenários positivos, pois é mais arriscado; logo, quando o cenário virar, ele também perde mais, sua volatilidade é muito alta. Então, fique longe de qualquer “group” que apareça prometendo 3%, 4% ou mais garantidos todos os meses; isso, em geral, são pirâmides que acabam estourando e levando o investidor a perder 100% do capital.

Que 2024 seja um ano cheio de paz, saúde, alegrias e bons investimentos para você!

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