Atua no mercado financeiro desde 2017. É assessor de investimentos na Valor Investimentos e membro do Ibef/ES. É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

CDI ou IPCA: qual o melhor investimento?

Diversificar entre CDI e IPCA+ é a chave: segurança no curto prazo e proteção do poder de compra para o futuro

Vitória
Publicado em 08/09/2025 às 09h23

Essa é uma dúvida que acompanha muitos investidores: afinal, o que rende mais, CDI ou IPCA? A resposta curta é: depende. Não existe um vencedor absoluto, porque ninguém consegue prever com exatidão o comportamento da economia. É justamente por isso que diversificar continua sendo a estratégia mais inteligente.

Na renda fixa, dois indexadores se destacam, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação oficial).

Previdência, aposentadoria, investimento
Escolher o melhor investimento agora garante resultados sólidos no futuro. Crédito: Reprodução

O CDI anda de mãos dadas com a Selic e costuma oferecer segurança, liquidez e previsibilidade. Por isso, é indicado para prazos curtos e para a famosa reserva de emergência.

Já os títulos atrelados ao IPCA pagam a variação da inflação mais uma taxa adicional, o chamado juro real. Na prática, protegem o poder de compra ao longo do tempo, sendo excelentes para objetivos de médio e longo prazo.

Historicamente, os papéis de inflação renderam mais que o CDI nos últimos 15 anos, embora com maior volatilidade. Em períodos de estresse, o CDI costuma se sobressair. Mas em horizontes mais longos, a proteção contra a inflação trouxe retornos superiores.

Hoje, temos um cenário particular. A Selic ainda está em níveis elevados, mas a trajetória projetada é de queda gradual. Isso significa que os investimentos atrelados ao CDI seguem atrativos, mas já começam a perder força à medida que o ciclo de cortes se aproxima. Enquanto isso, os juros reais oferecidos pelos títulos IPCA+ permanecem bastante altos — algo que não acontece com frequência.

Em outras palavras, quem tem visão de médio e longo prazo encontra agora uma oportunidade interessante para garantir taxas que dificilmente se repetem em momentos de juros mais baixos. É claro que exige paciência para lidar com oscilações no caminho, mas é justamente aí que mora o diferencial do IPCA+: proteger o poder de compra e entregar ganhos reais no futuro.

Como usar cada um na carteira:

CDI

  • Reserva de emergência
  • Objetivos de curto prazo
  • Mais adequado em ciclos de alta de juros
  • Perfil que prioriza estabilidade e liquidez

IPCA+

  • Aposentadoria e planos de longo prazo
  • Proteção contra a inflação
  • Mais indicado em períodos de queda de juros (como o atual)
  • Perfil disposto a lidar com oscilações no caminho em busca de ganhos reais

A questão não é escolher CDI ou IPCA+, mas como combinar os dois. O CDI continua sendo importante para quem precisa de liquidez e segurança imediata, fora que é uma ótima ferramenta para controlar a volatilidade da carteira. Mas, olhando o momento atual, há um espaço claro para os títulos de inflação ganharem protagonismo. Fixar boas taxas de juros reais hoje pode ser um movimento estratégico para colher resultados sólidos no futuro.

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