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Uma selfie na Escadaria Selarón

Uma selfie na Escadaria Selarón

Ponto turístico do Rio de Janeiro mostra como a cultura pode ser uma experiência real e fazer parte da história de vida das pessoas

Publicado em 8 de março de 2020 às 06:00

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Escadaria Selarón, no Rio de Janeiro, virou experiência cultural desejada globalmente. (Isabela Kassow/Diadorim Ideias)

Toda vez que alguém insinua que “arte e cultura não servem pra nada”, muitos exemplos podem ser dados para mostrar o contrário. De obras de arte que ampliam nossa percepção sobre o sentido da vida até práticas culturais que se transformaram em identidades coletivas, de Clarice Lispector até o Movimento Mangue Beat, uma diversidade de expressões comprovam a relevância da produção cultural.

Dedico esta coluna para mostrar o caso de criatividade de um artista que transformou uma escadaria num dos lugares mais desejados por quem faz turismo em busca de experiências de contato mais real com o lugar que visita.

Quando colocamos as hashtags #selaron e #escadariadoselaron em sites de buscas ou redes sociais temos também uma das demonstrações do poder que este lugar possui no disputado mundo das imagens na internet. Não é um exagero essa afirmação. A Escadaria Selarón virou uma experiência cultural desejada globalmente. Só no buscador do Instagram aparecem 200 mil citações e fotos de pessoas de diversos países que visitaram a icônica escadaria localizada no bairro da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro.

Tirar uma selfie na Escadaria Selarón virou selo de comprovação que você buscou o “Rio real”. São azulejos coloridos de 60 países espalhados, alguns em forma de mosaico, pelos degraus que ligam o bairro da Lapa a um dos acessos de Santa Teresa. No começo dos anos 1990, Jorge Selarón iniciou a transformação da região colocando azulejos de forma contínua até o dia de sua morte.

Não é fachada, tampouco ilusão. O escritor Lima Barreto, que tanto criticou obras artificiais em suas crônicas no começo do século XX, ficaria impressionado em ver surgir algo tão poderoso, de baixo pra cima, no Centro Histórico. Um lugar vivo, vibrante, todo dia. Ocupado por visitantes e vendedores ambulantes de artesanato. É pena que o poder público não cuide da região, pois alguns trechos da escadaria sofrem com depredações.

No futuro, ao lembramos da segunda década dos anos 2000, daquilo que se tornou internacionalmente conhecido, a Escadaria Selarón fará parte do álbum da história de vida de muita gente pelo mundo, mas também dos livros de história das cidades, da cultura, da arte e do turismo. Mais um tipo de coisa que arte e cultura são capazes de inventar.

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