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O carnaval inesquecível

O carnaval inesquecível

Além de ser grande expressão da cultura brasileira, o carnaval faz parte das boas lembranças de muitas pessoas

Publicado em 23 de fevereiro de 2020 às 06:00

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Grupo de bate bola da zona Norte do Rio de Janeiro. (Tomaz Silva/Agência Brasil)

“Conceição da Barra, amor de verão, Conceição da Barra mora em meu coração”. De tanto minha companheira cantarolar esse trecho da música, vez por outra, mesmo sem nunca ter ido até a cidade, me pego repetindo também. Já é um clássico do nosso café da manhã de domingo.

Além da música, ela sempre conta histórias dos carnavais vividos nessa cidade com seu grupo de amigas capixabas nos anos 1990. Juntavam mais de vinte jovens em uma casa, durante os cinco dias de folia, dormindo em colchonetes e comendo miojo. O importante era não deixar de acompanhar o trio elétrico.

A amizade que perdura até hoje com esse grupo de amigas é marcada por conversas alegres sobre momentos vividos por lá. É bom estar perto e perceber os bons sentimentos que essas memórias trazem. O carnaval, além de ser uma das grandes expressões de nossa cultura, que gera renda numa exemplar cadeia de economia criativa, pode ser visto também como um dos marcos que constituem a memória da vida de brasileiros e brasileiras. Quem não tem um carnaval inesquecível?

Em 2005, passei o carnaval filmando as turmas de bate-bolas da periferia do Rio de Janeiro. São mais de 100 turmas que mobilizam adultos, jovens e crianças, criando fantasias e máscaras impressionantes para desfilarem pelas ruas do subúrbio e da Baixada Fluminense. Passei anos na infância correndo das turmas e uma vez ganhei uma fantasia de bate-bola de uma tia. Foi a glória.

Por isso fiz o filme. Queria reviver aquela sensação de infância. E também por entender que as vozes dos mestres populares daquelas turmas precisavam ser ouvidas. Até então, eram poucas as reportagens positivas sobre a cultura bateboleira. A única coisa que aparecia taxava as turmas de violentas. O filme estreou nos cinemas do Rio, São Paulo e Porto Alegre no carnaval do ano seguinte. Correu festivais, foi premiado, exibido na TV aberta e em canais fechados. Ajudou na campanha que reconheceu as turmas como patrimônio imaterial. Vários outros carnavais foram memoráveis pra mim, mas esse que passei filmando por dentro das várias turmas foi inesquecível. 

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