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Morre, aos 100 anos, capixaba que fez história no jornalismo brasileiro

Castelense participou ativamente da modernização do Jornal do Brasil nos anos 1950, um marco da imprensa nacional

Vitória
Publicado em 22/04/2025 às 09h31
Wilson Figueiredo trabalhou até os 96 anos de idade
Wilson Figueiredo trabalhou até os 96 anos de idade. Crédito: Assembleia Legislativa de Minas Gerais

Um dos nomes mais importantes no processo de modernização da imprensa brasileira, o jornalista capixaba Wilson Figueiredo morreu, aos 100 anos, no final da noite deste domingo (20), no Rio de Janeiro, de causas naturais.

Nascido em Castelo no dia 29 de julho de 1924, Figueiredo ainda criança deixou o Espírito Santo e foi morar em Minas Gerais. Mais tarde, na década de 1950, radicou-se no Rio de Janeiro, onde se notabilizou por uma brilhante carreira no jornalismo, embora tenha também mostrado seu talento como poeta e escritor.

Wilson Figueiredo conviveu, ainda no começo da carreira em Minas, com nomes como Fernando Sabino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos, escritores que foram fundamentais na sua vasta formação intelectual.

Mas foi no jornalismo carioca, por mais de 50 anos, que o capixaba deixou seu nome na história da imprensa brasileira. Figueiredo passou pelas redações de “Ultima Hora”, “O Jornal” e o “Diário Carioca”, veículos onde teve a formação necessária para implementar no Jornal do Brasil, anos depois, talvez a maior revolução estética e editorial de um veículo de informação do Brasil.

Sob o comando do maranhense Odylo Costa Filho, editor, produziu a reforma gráfica e editorial do matutino que deixou saudade. Na equipe do jornal, pontificavam talentos como o mineiro Amílcar de Castro, que introduziu a moderna diagramação pelo Caderno B, comandado pelo também poeta Reynaldo Jardim,e o fluminense Jânio de Freitas, o responsável, junto com Carlos Lemos (no Esporte), pela retirada dos fios que “sujavam” as páginas da imprensa no fim dos anos 1950.

Wilson Figueiredo, autor do livro de poesias “A Mecânica do Azul” e obras como “1964: o último ato” e “De Lula a Lula”, desempenhou várias funções na modernização do velho JB, onde trabalhou por 45 anos.

Após se aposentar do Jornal do Brasil aos 81 anos, continuou colaborando com a comunicação. Trabalhou na FSB Comunicações, uma das principais agências de comunicação do país, onde atuou presencialmente até 2020, já próximo dos 96 anos.

Lúcido até às vésperas da sua morte, Figueiredo deixa quatro filhos e oito netos. Seu sepultamento será nesta terça-feira (22) à tarde, no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

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