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Carros elétricos e híbridos: o que é preciso observar antes da compra

Preço dos combustíveis tem feito com que muitos pensem em migrar para veículos que não sejam a combustão, visando economia e menor impacto ao meio ambiente

Vitória
Publicado em 04/11/2021 às 01h59
Carros elétricos - Coluna Gabriel de Oliveira
Informações podem servir para ajudar a aperfeiçoar a tecnologia de veículos elétricos e híbridos. Crédito: Freepik

Com o estouro no preço da gasolina no Brasil, muitas pessoas pensam em migrar de seus carros com motor a combustão para carros híbridos ou até mesmo para os carros elétricos. Inclusive, sabemos que carros com esses tipos de motores fazem parte do presente no mercado automotivo e, principalmente, do futuro, visando à preservação do meio ambiente. Pelo menos é assim que todos imaginam, não é mesmo?

Mas será que carros com motores a bateria são tão vantajosos assim em todos os aspectos falados? Será que todas as informações são passadas para nós, consumidores e entusiastas de carros?

Na coluna de hoje, compartilho algumas informações que normalmente não são divulgadas no mercado, mas que são importantes serem consideradas até para que uma mudança/aperfeiçoamento dessa tecnologia venha a acontecer.

Nos Estados Unidos, por exemplo, uma pesquisa feita pela Universidade da Califórnia mostra que um a cada cinco donos de carros elétricos voltou a usar modelos movidos a gasolina. O principal motivo é a demora para carga total das baterias.

Isso porque, nos Estados Unidos, as tomadas residenciais são de 120 volts de energia, conhecidas como “nível 1”. São raras as residências equipadas com tomadas de 240 volts, ou seja, “nível 2”. Dessa maneira, nos Estados Unidos, mais de 70% dos usuários não têm acesso a tomadas de “nível 2”.

“Se você não tiver acesso a uma fonte nível 2, é quase impossível manter um elétrico”, explica Kevin Tynan, jornalista automotivo da Bloomberg. O especialista conta que testou diversas marcas e modelos ao longo dos anos para suas pesquisas.

Em contrapartida, os postos Superchargers da Tesla fornecem tomadas de 480 volts de energia. Porém, mesmo oferecendo carga completa ultrarrápida, as baterias demoram pouco mais de uma hora para atingir 100% de carga. Se compararmos a um carro com motor a combustão, como por exemplo, um Ford Mustang, o tempo para se encher o tanque de combustível é de aproximadamente três minutos.

Essa realidade dificulta a transição dos motores a combustão para motores elétricos, de acordo com especialistas. Além disso, um dos principais argumentos para implantação dos motores elétricos e híbridos é em relação ao meio ambiente. Porém, o principal desafio das montadoras tem sido em relação às baterias.

Carros elétricos - Coluna Gabriel de Oliveira
Nos EUA, um a cada cinco donos de carros elétricos voltou para carro a combustão por causa da demora do tempo de carregamento. Crédito: Freepik

Como antecipei em meu Instagram, em fevereiro de 2020, marcas como Audi e Mercedes-Benz tiveram que paralisar a produção de carros elétricos pela falta de baterias. Isso se dá pela pandemia do coronavírus e pela dependência da China, que é a principal fornecedora de baterias de lítio no mercado mundial.

Outro desafio enorme das montadoras tem sido em relação ao descarte das baterias. Visto que o principal apelo para substituição dos motores a combustão é sobre a preservação do meio ambiente. No entanto, se essas baterias não forem recicladas e o descarte delas não for feito de maneira correta, o impacto ao meio ambiente seria muito forte.

Fato é que veículos elétricos e híbridos já não são uma tendência e sim uma realidade do mercado automotivo mundial. Porém, cabe a nós, consumidores, buscarmos saber da realidade desse tipo de produto para que não tenhamos surpresas desagradáveis, como o tempo de recarga de uma bateria de um carro elétrico e a autonomia do veículo.

Assim como é importante buscarmos saber quais medidas as marcas estão tomando em relação à preservação do meio ambiente no que diz respeito à reciclagem das baterias de lítio. Para que não tenhamos o risco de achar que estamos ajudando o meio ambiente, quando, na verdade, estamos apenas contribuindo de maneira diferente para a agressão ao principal patrimônio da humanidade, que é a natureza.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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