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Tarifaço: entidade que representa 1,5 mil empresas no ES se diz preocupada

Companhias que fazem parte do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer) faturam cerca de R$ 8 bilhões por ano e empregam 150 mil trabalhadores diretos e indiretos

Vitória
Publicado em 23/07/2025 às 17h45
Linha de produção da Imetame, em Aracruz
Linha de produção da Imetame, uma das maiores do setor metalmecânico capixaba, em Aracruz. Crédito: Abdo Filho

As 1,5 mil empresas que fazem parte do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer) faturam cerca de R$ 8 bilhões por ano e empregam 150 mil trabalhadores (30 mil diretos e 120 mil indiretos). Grande parte dessas companhias são fornecedoras de peças e serviços para os setores de celulose, siderurgia, mineração e petróleo. Ou seja, não fazem parte das contas que levam em consideração os exportadores de produtos para os Estados Unidos, mas serão duramente afetadas caso o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump em cima do Brasil saia mesmo do papel.

A chamada indústria de base capixaba - boa parte dela concentrada dentro do Sindifer - é muito relevante no Brasil. Grande parte, por exemplo, dos contratos de serviços e peças feitos pela Suzano, no Brasil, para a construção da fábrica de Ribas do Rio Pardo, em Mato Grosso do Sul, a maior do país (um investimento de mais de R$ 20 bi) e inaugurada no ano passado, foi fechado com empresas capixabas. O mesmo está acontecendo com o projeto da chilena Arauco, que está colocando outro enorme projeto de celulose no Mato Grosso do Sul. A indústria de celulose brasileira será muito afetada pela tarifação norte-americana.

A indústria siderúrgica é outra que contrata muito os fornecedores do Estado e que sofrerá bastante com a tarifa de 50%. Aliás, há tempos que os fabricantes de aço penam com as idas e vindas do atual mandatário norte-americano. Em um contexto para lá de incerto, investimentos como o que a ArcelorMittal pretende fazer em Tubarão - um Laminador de Tiras e Frio e uma linha de galvanizados, algo perto de R$ 4 bilhões -, muito aguardados por toda a cadeia fornecedora, acabam em xeque.

"Tudo isso é muito preocupante para o nosso segmento. Toda a nossa exportação de aço, celulose e granito vai ser afetada. É preciso muita cautela. É negociando que vai se resolver esse assunto, com muita diplomacia, dados consistentes da balança comercial entre as duas nações, que são parceiros comerciais há 200 anos. O Sindifer estará sempre ao lado dos empresários, apoiando, porque nós sabemos que as dificuldades serão enormes. Internamente não temos mercado para consumir tudo que é produzido aqui”, disse o empresário Luiz Alberto Souza Carvalho, eleito presidente da entidade no dia 18 e que assume no dia 20 de agosto.

Tudo mantido como está, Carvalho, que fica na cadeira até 2028, terá um mandato, no mínimo, desafiador. "São muitos os desafios para os próximos anos, porque com essa taxação dos EUA devemos ter uma política econômica complicada".

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