A Marcopolo investiu, em 2024, R$ 50 milhões na fábrica de São Mateus, Norte do Espírito Santo. A unidade está pronta para produzir até 30 veículos por dia e tem tecnologia para entregar produtos 100% elétricos - inclusive os chassis. Da porteira para dentro está tudo certo, o problema está sendo achar compradores. A eletrificação da frota de ônibus, que sempre se soube não seria fácil, está mais devagar que o esperado. Os pedidos de coletivos urbanos não estão chegando.
No primeiro semestre de 2025, foram comprados 8.860 ônibus no Brasil, apenas 311 eram elétricos. Mais de 90% das aquisições seguem sendo de carros a diesel. "Não se trata de um impacto no negócio porque o investimento que foi feito preparou a unidade para produzir todos os tipos de carros da nossa linha, inclusive elétricos, mas posso afirmar que a eletrificação não acontece na proporção imaginada. Estaremos prontos para atender quando a demanda vier, mas ela ainda não veio", disse Ricardo Portolan, diretor de Operações Comerciais e Marketing da multinacional brasileira.
O executivo explicou o cenário. "Por causa da diferença de preço, o elétrico chega a ser até três vezes mais caro, a demanda pelo carro a diesel segue forte. Em São Mateus, podemos fazer elétricos, a gás e a diesel. Estamos preparados".
O debate em cima do preço e da infraestrutura de abastecimento exigida pelos veículos elétricos não é nova. Grande parte dos carros vai para atender o transporte urbano. As garagens precisam de investimentos pesados em infraestrutura para dar conta de um abastecimento de grande escala e que precisa ser rápido. O outro ponto é formas de financiar um veículo que é três vezes mais caro (40% no caso de ser a gás) que o convencional. A conta precisa ficar de pé...
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