
O superintendente geral da Cooabriel, maior cooperativa de café conilon do Brasil, Carlos Augusto Pandolfi, claro, está observando com atenção a queda do preço da saca do café e, ao mesmo tempo, os desdobramentos da ameaça de tarifaço dos Estados Unidos para cima das exportações do Brasil. Apesar de toda a conturbação de momento, o foco dele está mesmo é no aumento da produção de café, da maneira mais eficiente (reduzindo os custos) possível.
“Os preços vão e vem, quem está no mercado de café sabe muito bem disso. O importante é que as margens ainda são interessantes e, assim, temos uma janela aberta para aumentarmos nossa eficiência, nossa produtividade e a nossa produção como um todo. Precisamos aumentar a produção de café e ampliar a eficiência. É um movimento estratégico que visa reduzir custos, aumentar a escala e, desta forma, melhorar o nosso negócio. A Cooabriel está focada nisso e o produtor também”, afirmou o executivo na abertura da Feira de Agronegócios Cooabriel, em São Gabriel da Palha, Noroeste do Estado.
A cooperativa, que tem mais de 8 mil cooperados e atua fortemente na maior área produtora de conilon do Brasil - Norte e Noroeste do Espírito Santo -, está incentivando o investimento em tecnologia, genética, maquinário, renovação de lavoura e inovação. “A produção está elevada e as margens estão boas. É hora de investir na infraestrutura, em tecnologia, enfim, na lavoura como um todo para aumentarmos a nossa competitividade e continuarmos a colher bons frutos”, ponderou Luiz Carlos Bastianello, presidente da Cooabriel. Hoje, o custo da saca de 60 quilos de conilon em uma lavoura eficiente está em R$ 450. Em algumas propriedades fica acima dos R$ 600. O objetivo é baixar essa média. "A demanda por café está em crescimento no mundo, destacadamente na Ásia, portanto, o mundo precisa de mais café e quer com qualidade. O Brasil e o Espírito Santo tem para oferecer"
Sobre a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump, eles defendem a alternativa diplomática. “O Brasil nunca se viu em uma crise comercial, no alvo dos Estados Unidos, como acontece agora. Nossa diplomacia tem o histórico de neutralidade e de boas relações com o mundo todo. Nós defendemos a inteligência, defendemos uma saída negociada. A Cooabriel nem exporta tanto para os Estados Unidos, somos pouco impactados, mas isso é ruim para todo mundo, não dá para seguir assim, finalizou Pandolfi.
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