A WEG, multinacional brasileira que é referência nos mercados de motores, automação, tintas, energia e transformadores, possui 66 fábricas em 18 países. Uma das maiores está em Linhares, Norte do Espírito Santo, inaugurada em 2011 e que emprega milhares de trabalhadores. Nesta quarta-feira (23), a gigante catarinense apresentou seus números e, consequentemente, o tamanho de sua exposição ao tarifaço em cima das exportações brasileiras anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No segundo trimestre de 2025, a receita operacional líquida do conglomerado ficou em R$ 10,2 bilhões, sendo que 59,1% (R$ 6,03 bi) vieram do mercado interno e 40,9% (R$ 4,17 bi) vieram do exterior. A América do Norte, fundamentalmente os Estados Unidos, respondeu, em abril, maio e junho, por 48% das receitas operacionais que vieram lá de fora. Importante destacar que a WEG tem nove usinas nos EUA e a estratégia, diante do tarifaço, é usá-las com mais intensidade.
A fábrica de Linhares é dedicada à produção de motores. São mais de 10 milhões por ano. Desde o final da última década, o destino da produção vem mudando ano após ano. Até 2019, praticamente tudo ficava no Brasil, agora, muita coisa vai para fora e o grande comprador são os Estados Unidos. A unidade capixaba fica dentro da unidade de negócios Motores Comerciais e Appliance (equipamentos de pequeno porte usados principalmente em eletrodomésticos). Os dados do segundo trimestre apresentados ao mercado, nesta quarta, apontam para o seguinte cenário na unidade Motores Comerciais e Appliance da WEG: R$ 333,69 milhões de receita no mercado interno e R$ 476,16 milhões no externo. "Crescimento na demanda em algumas regiões importantes, com destaque para a continuidade do crescimento nas operações na China e América do Norte", explica o comunicado da empresa.
Diante de tudo isso, a WEG, pouco citada no pacote de ameaçados pelo tarifaço no Espírito Santo, precisa entrar no radar. Estamos falando de uma companhia com atuação - produção e vendas - em todo o planeta, o que vai ajudar na possível necessidade de reequilíbrio produtivo, mas é importante estar atento aos acontecimentos em uma fábrica que virou uma das gigantes do Estado.
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