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Tarifaço de Trump: governo do ES já esteve mais otimista com acordo

Doze dias após a divulgação da carta pela Casa Branca e a onze do 1° de agosto, data marcada para o início da tarifação, muito barulho e nada de avanços concretos

Vitória
Publicado em 22/07/2025 às 03h00
Placas de aço da ArcelorMittal em Tubarão
Placas de aço da ArcelorMittal em Tubarão. Crédito: Divulgação/ArcelorMittal

A alta cúpula do governo do Espírito Santo, um dos estados mais atingidos pela tarifa de 50% em cima das exportações brasileiras anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, já esteve mais otimista sobre a possibilidade de um acordo. Doze dias após a divulgação da carta pela Casa Branca e a onze do 1º de agosto, data marcada para o início da tarifação, muito barulho e nada de avanços concretos. "Está mais distante", avaliou, de maneira sucinta, um altíssimo integrante do governo capixaba.

Trata-se de uma mudança importante de tom em relação à coletiva de imprensa concedida, na hora do almoço do dia 10 de julho, no Palácio Anchieta, menos de 24 horas depois da carta. Estavam ali o governador do Estado, Renato Casagrande, o vice, Ricardo Ferraço, e o então secretário de Desenvolvimento, Sérgio Vidigal. A expectativa era de que, apesar do distanciamento entre Lula e Trump, as conversas caminhariam e que os Estados Unidos, seguindo um roteiro já conhecido, recuariam de alguma forma. O problema é que, na última semana, o que se viu foi um deserto de conversas, uma carta enviada pelo governo brasileiro que ainda está sem resposta, uma escalada das provocações, o governo norte-americano abrindo investigação em cima do Brasil em várias frentes (inclusive o Pix)... enfim, a avaliação é de que o que já estava ruim, piorou. As cordas estão ainda mais esticadas.

Trata-se de uma situação que preocupa muito mais o Espírito Santo do que a média nacional, afinal, alguns dos principais vetores da economia capixaba têm forte relação comercial com os Estados Unidos. Estamos falando de aço, café, celulose, petróleo, mineração e indústria de rochas. São milhares de empregos, diretos e indiretos, em uma cadeia que movimenta boa parte do nosso PIB (Produto Interno Bruto). Vejamos o caso, por exemplo, da indústria de base, uma das mais fortes do Brasil. Siderurgia, mineração, celulose e petróleo são os maiores clientes do setor metalmecânico, uma pancada nessas indústrias terá enorme, e negativa, reverberação pelos meandros da economia capixaba. Caso a tarifa anunciada por Trump entre mesmo em vigor daqui a onze dias, a pancada vai ser bem dolorida por aqui.

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