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'Brasil não pode entrar em guerra de tarifas com os EUA', diz Casagrande

'Brasil não pode entrar em guerra de tarifas com os EUA', diz Casagrande

Governador do Espírito Santo recomenda cautela ao governo brasileiro na reação à decisão do presidente norte-americano de tarifar os produtos brasileiros nos Estados Unidos

João Barbosa

Repórter / [email protected]

Publicado em 10 de julho de 2025 às 16:03

Governador Ricardo Casagrande durante o desfile do 7 de setembro
Casagrande afirma que a medida dos EUA pode gerar redução da atividade econômica no Brasil Crédito: Ricardo Medeiros

Diante da tarifa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, o governador do Espírito SantoRenato Casagrande (PSB), além de apontar a ação como um retrocesso, afirmou que a medida do presidente norte-americano pode gerar descontrole e redução da atividade econômica no Brasil e, consequentemente, no Estado.

Segundo a avaliação do governador capixaba, que conversou com a imprensa na tarde desta quinta-feira (10), o Brasil “não pode entrar no jogo de Trump [...] que quer uma guerra de tarifas”.

Na visão de Casagrande, o “tarifaço” divulgado pelo republicano por meio de uma carta enviada ao governo brasileiro é autoritário e ideológico, sendo a única arma de Trump para alcançar objetivos.

“Essa é uma decisão inaceitável, sem base em bom senso e em relações diplomáticas. É preciso ter racionalidade e paciência. O governo brasileiro deve ter cautela e não deve entrar em uma guerra de tarifas”, disse Casagrande, afirmando que o Espírito Santo — um dos maiores exportadores de produtos como café, pedras ornamentais, aço e celulose para os Estados Unidos — está em uma posição cautelosa que pode demandar a busca de outros mercados, já que o mercado estadunidense é o principal destino dos itens capixabas no exterior.

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'Brasil não pode entrar em guerra de tarifas com os EUA', diz Casagrande

“Recebemos com muita preocupação. Então, é natural que o governo brasileiro possa reagir veementemente a qualquer tentativa de interferência nas instituições brasileiras. Na área política, essa é a condição mais correta na minha avaliação. Na área econômica, o Brasil deve avaliar com os setores atingidos qual medida é interessante e menos prejudicial”, disse Casagrande.

O governador reforçou a necessidade de o governo brasileiro ter cautela para adotar uma medida que diminua a pressão e os prejuízos no mercado.

“Manter essa tarifa nos afeta diretamente pelo custo maior de exportação em cima dos nossos produtos. A gente tem um mercado importante nos Estados Unidos e isso [a tarifa] vai encarecer esses produtos”, complementou Casagrande.

Ainda na avaliação do governador, deve ser feita uma contestação veemente à decisão de Trump. Porém, tal atitude deve ser embasada por cautela e paciência para a proteção da economia brasileira, conforme aponta Casagrande.

Conversa com Lula

Segundo Casagrande, a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Espírito Santo, marcada para sexta-feira (11), será importante para que possa manter diálogos sobre os impactos do tarifaço de Trump no Estado.

“Nossa conversa agora é com o governo federal. Lula estará aí amanhã (sexta-feira) e, com essa conversa, vamos entender qual é a melhor medida [para o mercado capixaba]”, salientou o chefe do Executivo estadual.

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