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Com estrutura no limite, projetos portuários do ES miram agronegócio

O maior desafio do agro brasileiro, que tem enorme produção e clientes de sobra no exterior, é justamente conseguir escoar a produação. Portos do Estado surgem como opção

Publicado em 20/01/2025 às 16h52
Andamento das obras do Porto da Imetame, em Aracruz
Andamento das obras do Porto da Imetame, em Aracruz. Crédito: Divulgação/Imetame

Mais de 90% da capacidade portuária brasileira para movimentar cargas do agronegócio estava ocupada no final de 2023. Os 234 milhões de toneladas por ano não serão suficientes já em 2028. Os dados são da consultoria Macroinfra. Claro que novos investimentos estão sendo feitos e a disponibilidade de espaço será ampliada, a questão é saber se a expansão será suficiente para dar conta do aumento da produção das fazendas brasileiras, que seguirá firme e forte. As projeções apontam para uma situação que pode se aproximar de um apagão portuário na próxima década.

Aí é que entram os projetos em andamento no Espírito Santo, que estão entre os maiores do Brasil. De olho neste desafio/oportunidade gigantesco para o Brasil, boa parte da ancoragem dos investimentos está justamente no escoamento das cargas do agro. A Imetame, que inaugura o seu porto de águas profundas, em Aracruz, no primeiro semestre de 2026, já tem negociações adiantadas com um grande player brasileiro para a operação com grãos. O Porto Central, em Presidente Kennedy, que começa a rodar no final de 2027, também conversa com grandes empresas do setor e deve anunciar novidades em breve. Portocel, já em operação em Aracruz, já fez a sua primeira movimentação com café, em 2024, e quer ampliar a participação do agro no seu negócio (claro, sem contar a carga florestal, que é o produto principal do terminal desde a sua inauguração, nos anos 70).

Além de oferecerem capacidade para escoar a produção, os capixabas sinalizam com áreas para armazenagem, que já estrangularam no país. Em Aracruz, há um trabalho em andamento para que o parque logístico que englobará Imetame, Portocel e Vports tenha uma retroárea de 30 milhões de m². No Sul, os investidores do Porto Central têm uma área própria que chega aos 20 milhões de m². O maior desafio do momento é conectar, por meio de ferrovias, os portos do Espírito Santo, aos grandes centros produtores de grãos do Brasil. É por isso que o debate sobre a renovação da Ferrovia Centro Atlântica, que caminha para os seus momentos mais decisivos, é tão importante.  

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