Publicado em 8 de abril de 2021 às 09:38
- Atualizado há 5 anos
O governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), depôs nesta quarta-feira, 7, pela primeira vez ao Tribunal Misto do impeachment, após o processo ficar paralisado por meses. No depoimento, o ex-juiz chorou, alegou inocência e disse que "não deixou a magistratura para ser ladrão". >
"Estou na vida pública há 35 anos. Não deixei a magistratura para ser ladrão. É muito cruel o que estão fazendo com a minha família, com a minha esposa. Decidi deixar a magistratura por um ideal, para ajudar o povo do Rio de Janeiro a ter uma mudança, um futuro melhor", disse.>
Segundo Witzel, houve "dificuldade" de entender do que ele estava sendo acusado ao longo do impeachment. O ex-juiz também criticou o precedente que pode ser aberto por uma cassação de mandato de governador e pediu que deixem o povo julgá-lo, dando a entender que concorrerá à reeleição se voltar ao cargo.>
"Deixa o povo me julgar. Em 2022 vamos ter eleição. Não estou vendo nas ruas um movimento 'fora Witzel'. Muito pelo contrário: não tenho vergonha de ir à feira, ao shopping.">
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O alvo principal das críticas do governador foi o ex-secretário de Saúde Edmar Santos, considerado por ele um "mentiroso". Em delação premiada, Santos relatou o esquema de desvio de recursos públicos que fundamentou denúncia e o pedido de afastamento de Witzel. "Professor da UERJ, doutor. Nada indicava que o doutor Edmar tinha no colchão da casa dele R$ 8 milhões.">
Atuando na própria defesa, o governador afastado interrogou Santos antes de depor. Na condição de testemunha, Santos disse que alertou ao Witzel sobre o risco que correria ao assinar a requalificação da organização social Unir Saúde - o principal ponto do processo de impeachment. "O senhor me pediu para requalificar a Unir, e eu disse ao senhor que seria equivocado, que seria batom na sua cueca", disse. Segundo o médico, Witzel lhe avisou que a requalificaria "de canetada".>
Além do processo de impeachment, Witzel ainda enfrenta duas denúncias criminais do Ministério Público Federal no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Atualmente, ele está afastado do cargo temporariamente até o fim deste ano por decisão daquela Corte, que já o transformou em réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito criminal.>
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