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Governo Witzel pagou dívida em troca de propina, diz PF

Governo Witzel pagou dívida em troca de propina, diz PF

A ação desta terça-feira (15) foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e está ligada à operação que afastou Witzel do cargo em agosto

Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 13:25

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Governador afastado do Rio Wilson Witzel
Governador afastado do Rio Wilson Witzel. ( Philippe Lima/Governo do Rio)

O pagamento de dívidas inscritas na modalidade "restos a pagar" foi usado pelo governo de Wilson Witzel (PSC) para arrecadar propina, de acordo com investigação da Polícia Federal, que cumpre dez mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva (sem prazo) na manhã desta terça-feira (15) no Rio de Janeiro.

Entre os presos está o advogado Wagner Bragança, vice-presidente de uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele seria uma espécie de operador do esquema. Bragança também é administrador judicial da Varig.

A fraude gerou prejuízo superior a R$ 50 milhões aos cofres fluminenses, de acordo com a PF. A ação desta terça-feira (15) foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e está ligada à operação que afastou Witzel do cargo em agosto. Os nomes dos alvos da operação não foram divulgados.

A Polícia Federal diz que a Organização Social (OS) Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, que atua em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, recebeu cerca de R$ 280 milhões em dívidas inscritas como "restos a pagar", em troca de pagamento de propina de 13% sobre os valores quitados.

Apesar de ter direito a receber os valores, a OS esbarrava na grave situação financeira do governo fluminense. Dessa forma, a propina era paga para "furar a fila" de pagamentos.

A OS teria usado como intermediário um escritório de advocacia contratado por cerca de R$ 50 milhões.

Os advogados teriam repassado mais de R$ 22 milhões para pessoas físicas e jurídicas ligadas a um operador financeiro identificado nas Operações Placebo e Tris In Idem -essa última, responsável por afastar Witzel do cargo e prender o então presidente do PSC, Pastor Everaldo, em agosto.

Procurado pela reportagem, Witzel ainda não se manifestou sobre a operação e as novas suspeitas.

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