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WhatsApp confirma envio ilegal de mensagens em massa nas eleições

WhatsApp confirma envio ilegal de mensagens em massa nas eleições

Executivo da empresa admitiu pela primeira vez uso indevido do aplicativo durante o pleito de 2018

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 20:53

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O WhatsApp admitiu que a plataforma foi usada na eleição brasileira de 2018 para envios massivo de mensagens. A informação foi dada em palestra em Medelín, na Colômbia, por um executivo da empresa, na última sexta-feira (04).

"Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas", afirmou Ben Supple, gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp.

A declaração foi feita durante o Festival Gabo de jornalismo, que homenageia o jornalista Gabriel Garcia Marques. As informações foram publicadas nesta terça (08) pela Folha de S. Paulo. 

Supple disse que o WhatsApp não apoia o "uso dos grupos como listas de transmissão" de conteúdos, meio de difusão de informações comum entre apoiadores políticos. O executivo ressaltou que o aplicativo foi criado para "conversas orgânicas entre famílias e amigos".

"Vemos esses grupos como tabloides sensacionalistas, onde as pessoas querem espalhar uma mensagem para uma plateia e normalmente divulgam conteúdo mais polêmico e problemático", disse.

As regras eleitorais não permitem contratação de empresas para envio em massa de mensagens por plataformas como o WhatsApp, muito menos sem a declaração dessas despesas à Justiça eleitoral.

Em outubro passado, a Folha revelou que empresários contrataram empresas de marketing para disparar as mensagens de cunho eleitoral usando CPFs de forma fraudulenta e até contratando agências estrangeiras. Uma das reportagens mostrou que apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) bancaram disparos em massa contra Fernando Haddad (PT).

Jair Bolsonaro, presidente da República. (Carolina Antunes/PR)

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Ao ser questionado se o uso do WhatsApp por campanhas políticas violava as regras, Ben Supple afirmou: "Não viola desde que se respeitem todos os termos de uso [que vedam automação e envio massivo]. Todos estão sujeitos aos mesmos critérios, não importa se quem usa é um candidato à Presidência ou um camponês do interior da Índia".

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