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Quem é Janja, a futura primeira-dama do Brasil

Quem é Janja, a futura primeira-dama do Brasil

Casada há quase seis meses com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Rosângela Silva é socióloga e militante petista desde a década de 1980

Publicado em 30 de outubro de 2022 às 23:01

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Luiz Inácio Lula da Silva e Janja
Janja e Lula durante a campanha eleitoral: a futura primeira-dama é socióloga e militante do PT. (Ricardo Stuckert / PT)

Acompanhando de perto toda a campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a socióloga Rosângela Silva, 56 anos, teve papel de destaque no processo eleitoral que elegeu o marido, neste domingo (30), para o comando do país mais uma vez. Janja, como é conhecida, será a futura primeira-dama do Brasil a partir de janeiro de 2023. Mas quem é essa mulher que, entre pessoas próximas, foi apelidada de "Evita brasileira"?

Casada há quase seis meses com Lula, Janja expandiu seu poder ao longo da campanha do petista. Ela escalava participantes de reuniões e até mesmo ocupantes de voos com o marido. Janja também protagonizou agendas sem a presença de Lula, como um ato organizado a seu pedido na favela de Heliópolis, em São Paulo, em agosto.

Essa atuação rendeu-lhe, entre petistas, o apelido de Evita brasileira, em referência à carismática primeira-dama da Argentina morta aos 33, três anos antes de o marido, Juan Domingo Péron, ser deposto por um golpe militar.

A socióloga também delegava funções a colaboradores e encerra reuniões políticas, zelando pela saúde de Lula. Foi ela também uma das idealizadoras da "super live" da campanha ocorrida no final do primeiro turno, tendo convidado, pessoalmente, artistas e influenciadores.

Desde o casamento, Janja vem ganhando cada vez mais notoriedade dentro e fora do comitê eleitoral do petista. Pessoas de seu entorno a descrevem como uma mulher com brilho próprio, de conteúdo, com personalidade forte e amorosa.

MILITANTE DO PT

Nascida em União da Vitória, no Paraná, Janja é filiada ao PT desde 1983 e formada em sociologia pela Universidade Federal do Paraná.

Na gestão do petista, foi indicada em 2003 para um cargo na Itaipu Binacional, onde trabalhou por quase 15 anos. De 2012 a 2017, atuou na Eletrobras, no Rio, após ter sido requisitada. E se aposentou em 2020.

Figurinha carimbada da Vigília Lula Livre, montada em frente à sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba enquanto Lula esteve preso, Janja visitou o ex-presidente com frequência.

Ela escrevia cartas diariamente a Lula (que estão guardadas) e, às vezes, preparava refeições que eram levadas ao petista. Janja chegou a ler uma dessas cartas no lançamento de um livro que reuniu alguns dos textos, em maio.

Desde que o ex-presidente deixou a cadeia, o casal vive junto. No começo do ano, mudaram-se para a capital paulista, onde moram com suas duas cachorras de estimação, Paris e Resistência.

Janja se casou com Lula no dia 18 de maio deste ano em cerimônia com cerca de 150 convidados, entre eles familiares, políticos e artistas.

A bênção foi dada por dom Angélico Sândalo Bernardino, e a noiva usou um vestido da estilista Helô Rocha. Segundo relatos, Lula e Janja choraram em diversos momentos da cerimônia. Após a celebração, Lula lembrou que eles trocaram cartas diariamente por 580 dias enquanto ele esteve preso e disse que Janja o rejuvenesce. Ela disse que aquele era o dia mais feliz da vida dela.

A participação ativa de Janja, por outro lado, tem causado ciúmes e incômodo em petistas que acreditam que ela comete "excessos".

Da cor do material de campanha à comida a ser servida na cozinha da Fundação Perseu Abramo, a socióloga é ouvida sobre cada detalhe da rotina do presidente eleito. Ela sempre mantém por perto uma garrafa de água para oferecer ao marido durante os atos políticos, como pôde ser observado durante o discurso logo após a confirmação da vitória neste domingo. 

PAPEL DE PRIMEIRA-DAMA

Janja disse a pessoas próximas que quer "ressignificar" o papel de primeira-dama. Ela defende pautas como combate à fome, soberania alimentar e defesa dos direitos das mulheres.

Janja também defende a cultura e tem grande articulação com o mundo artístico. Foi iniciativa da socióloga, por exemplo, reeditar o jingle da campanha presidencial de 1989 "Lula lá", mostrado com um videoclipe no ato de lançamento da candidatura de Lula em maio.

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