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Prometi não falar mal de Weintraub senão ele não cai, diz Rodrigo Maia

Prometi não falar mal de Weintraub senão ele não cai, diz Rodrigo Maia

Maia participou de encontro promovido pelo Movimento Todos Pela Educação, em Brasilia, para falar sobre o papel do parlamento nas pautas relacionadas à educação, sobretudo acerca do Fundeb

Publicado em 9 de março de 2020 às 17:26

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O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (9) que evitaria criticar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, porque, se o fizesse, o riscos de ele permanecer no cargo seria maior.

Maia participou de encontro promovido pelo Movimento Todos Pela Educação, em Brasilia, para falar sobre o papel do parlamento nas pautas relacionadas à educação, sobretudo acerca do Fundeb, mecanismo de financiamento da educação básica que vence este ano.

"Infelizmente o debate com o governo não é do tamanho que gostaríamos, independentemente de gostarmos ou não do ministro", disse. "Prometi que não falaria mal dele, senão ele não cai de jeito nenhum".

A postura muitas vezes agressiva de Weintraub minou o relacionamento do ministro com o Congresso. Maia já havia feito outras críticas a ele, a quem classificou como desastre.

Uma possível saída de Weintraub do MEC (Ministério da Educação) já foi dada como certa inclusive por aliados do governo Jair Bolsonaro, mas o presidente tem garantido sua permanência mesmo em meio a críticas.

A renovação do Fundeb está na pauta da Câmara e a previsão é de que o processo de votação na comissão especial comece nesta terça-feira (10). É consenso entre parlamentares que o MEC não participou dos debates de forma adequada.

O fundo reúne parcelas de impostos e recebe uma complementação da União para estados e respectivos municípios que não atingem o valor mínimo a ser gasto por aluno definido a cada ano. O complemento federal atual é de 10% - cerca de R$ 15 bilhões no ano.

Maia apoia o texto atual, que amplia para 20% esse complemento, mas considera recursos já aplicados na educação (com a inclusão da cota federal do salário-educação). Há questionamentos se o MEC manterá os programas que hoje são financiados com esses recursos, que envolvem alimentação escolar e transporte escolar, por exemplo, o que minimizaria o impacto real.

A alta da complementação da União será de forma escalonada. No texto da Câmara, esse percentual já passaria para 15% em 2021. Chegaria a 20% em 2026, quando o formato de distribuição deve ser revisto.

Maia voltou a defender que o impacto inicial seja mais ameno para a União.

"Eu venho defendendo que a gente tenha um impacto inicial menor, mas é decisão que a Comissão vai tomar, ouvindo as considerações do secretário Mansueto [Almeida, do Tesouro Nacional]", disse Maia.

O presidenta da Câmara disse que tem uma conversa frequente com Mansueto. "Eu não faço nada que não seja combinado com o Mansueto, pode até não estar combinado com o [ministro da Economia] Paulo Guedes", disse.

Mansueto também participou do encontro desta segunda. Segundo ele, não há dúvidas de que a educação precisa de mais dinheiro.

"O debate é quanto a mais e em qual velocidade", disse o secretário.

O Movimento Todos pela Educação promove até quarta-feira (11) o Encontro Anual Educação Já, que reúne políticos e especialistas para debater os desafios da educação.

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