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PGR pede ao STJ que mande Queiroz de volta para a cadeia

PGR pede ao STJ que mande Queiroz de volta para a cadeia

O subprocurador Roberto Thomé afirmou que não houve ilegalidade na ordem de prisão preventiva do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 15:11

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A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) que reverta a decisão do presidente da Corte, ministro João Otávio Noronha, que beneficiou, no mês passado, o PM aposentado Fabrício Queiroz e a mulher dele, Márcia Oliveira de Aguiar, com a prisão domiciliar.

Fabrício Queiroz no momento da prisão em Atibaia, interior de São Paulo
Fabrício Queiroz no momento da prisão em Atibaia, interior de São Paulo. (Polícia Civil de SP)

No pedido, apresentado ao tribunal na semana passada, o subprocurador Roberto Thomé afirmou que não houve ilegalidade na ordem de prisão preventiva do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Queiroz é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro no caso da rachadinha na Assembleia Legislativa fluminense.

O representante da PGR argumentou também que Márcia Aguiar, então na condição de foragida da Justiça, não poderia ter sido beneficiada com a domiciliar, segundo a jurisprudência.

A partir deste pedido da procuradoria, o relator do caso, ministro Felix Fischer, poderá decidir monocraticamente ou levar o recurso para julgamento da 5ª Turma, um dos dois colegiados criminais do STJ.

Fischer foi hospitalizado no início da semana passada. Foi submetido a uma cirurgia de emergência em razão de uma hérnia no intestino.

O presidente do STJ decidiu converter a prisão preventiva de Queiroz e Márcia Aguiar em domiciliar no dia 9 de julho, segunda semana do plantão do Judiciário. A defesa do ex-assessor de Flávio Bolsonaro alegou riscos relativos à Covid-19.

Antes das férias, Fischer negou uma séria de habeas corpus a favor de presos que alegaram riscos em razão do novo coronavírus.

Levantamento da Folha nas edições do Diário da Justiça da semana pré-recesso revelou que o ministro rejeitou 133 de 137 pedidos (97%) para que detentos pudessem deixar as cadeias e cumprir medidas alternativas durante a crise sanitária.

RIGOROSO

Colegas de STJ apontam Fischer como um dos mais rigorosos ministros na análise dos pedidos de prisão domiciliar ou liberdade para presos que acionam o tribunal em razão da pandemia. E não deve ser diferente com o caso de Queiroz, apostam.

Ao rejeitar os pedidos dos presos, o ministro afirmou, entre outras razões, que a recomendação CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para afrouxar a prisão de pessoas acusadas de crimes não violentos "não determina imediata soltura de presos, nem mesmo daqueles que apresentem comorbidades e idade que potencializem a infecção pelo Covid-19".

Fischer negou, por exemplo, a transferência para prisão domiciliar de uma mulher de 66 anos que é hipertensa, diabética e portadora de HIV, conforme mostrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

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