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Pfizer esvazia escritórios no Brasil e preserva só produção

Pfizer esvazia escritórios no Brasil e preserva só produção

A empresa foi uma das primeiras a colocar quase toda a equipe em trabalho remoto. Dos cerca de 2.000 funcionários no Brasil, 1.500 deixaram os escritórios

Publicado em 21 de março de 2020 às 15:40

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Remédio. (Pixabay)

A Pfizer, uma das maiores farmacêuticas do mundo, tem três focos durante a pandemia de coronavírus: proteger os funcionários do contágio, participar da corrida para tentar eliminá-lo e suprir a demanda por remédios tradicionais que garantem o tratamento dos que já contraíram a doença.

A empresa foi uma das primeiras a colocar quase toda a equipe em trabalho remoto. Dos cerca de 2.000 funcionários no Brasil, 1.500 deixaram os escritórios. O presidente da empresa no Brasil, Carlos Murillo, foi um dos últimos a sair, na quarta-feira (18).

"O home office já é uma realidade na área administrativa, mas foi a primeira vez que a força de vendas ficou em casa, fazendo contato com os clientes por telefone e mensagens", diz Murillo, em entrevista à Folha por telefone.

Permanecem em campo, por assim dizer, apenas os 500 empregados das linhas de produção de medicamentos, que trabalham sob alta proteção na unidade de Itapevi (SP) para garantir o abastecimento de remédios não apenas às farmácias mas também a programas de saúde pública.

Parte deles são fármacos que auxiliam no tratamento da Covid-19 dos que já estão infectados. Murillo diz que remédios contra infecções hospitalares ou pneumonia, por exemplo, não podem faltar.

"Temos que assegurar o suprimento de produtos críticos que já desenvolvemos a hospitais. Uma coisa é encontrar a possível cura ou a vacina à Covid-19, outra é assegurar que, qualquer que seja a situação de complexidade, teremos produtos que serão utilizados para tratar pacientes", disse Murillo.

Na semana passada, Albert Bourla, presidente global da Pfizer, enviou um comunicado ao presidente Jair Bolsonaro reforçando o compromisso em garantir a oferta contínua desses medicamentos. A farmacêutica fez um levantamento detalhado do que possui e o que deve ser privilegiado em termos produção.

No mundo, a companhia atua com cinco prioridades: compartilhamento de conhecimento e ferramentas abertas para pesquisadores trocarem conhecimento sobre a nova doença, criação de uma equipe dedicada ao coronavírus, auxílio a biotechs que tentam desenvolver remédios, oferta da capacidade de manufatura da empresa e comunicação próxima com agências reguladoras para quem conseguir avançar.

A Pfizer é uma das grandes companhias farmacêuticas do mundo que neste momento participam da busca de uma medicamento para combater o avanço do coronavírus.

Em reunião recente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o chefe científico global da empresa destacou que a principal frente de combate à Covid-19 está nas potenciais terapias antivirais que já vinham sendo desenvolvidas pela companhia e cujas provas iniciais de laboratórios têm se mostrado efetivas.

A outra frente, segundo ele, é a própria vacina. Esse trabalho vem sendo realizado em conjunto com a comunidade científica internacional. Tanto o antiviral quanto a vacina estão em estágios iniciais.

"A expectativa é que o resultado seja positivo, mas trabalhamos em uma indústria que oferece muito risco", diz.

A fabricação de um remédio pode levar de 10 a 12 anos e demandar US$ 1,5 bilhão em pesquisas até chegar aos testes em humanos. É um desafio encurtar drasticamente os prazos durante a pandemia.

Os reflexos do coronavírus nos negócios ainda não foram dimensionados. Não houve revisão de investimento no Brasil, mas a empresa pode crescer, segundo Murillo, pela incorporação de medicamentos nos programas de governo.

Em 2019, a Pfizer teve o melhor ano da história no Brasil.

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