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PF acha rascunho sobre estado de sítio em sala de Bolsonaro na sede do PL

PF acha rascunho sobre estado de sítio em sala de Bolsonaro na sede do PL

Agentes apreenderam nesta quinta (8) minuta de suposto pronunciamento que seria lido pelo ex-presidente no dia do golpe; defesa diz que documento é "apócrifo"

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 19:44

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Rayssa Motta, Fausto Macedo, Rubens Anater e Pepita Ortega

BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) encontrou nesta quinta-feira (8) na sala do ex-presidente Jair Bolsonaro na sede do Partido Liberal, em Brasília, um documento que pode implicá-lo ainda mais na estratégia de plano golpista. Trata-se de um suposto pronunciamento que Bolsonaro iria fazer à nação, em rede nacional, detalhando os motivos e argumentos para a decretação de um estado de sítio e uso da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

O advogado Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo de Jair Bolsonaro, que agora defende o ex-presidente, disse que o documento é "apócrifo" e que o padrão "não condiz com tradicionais e reconhecidas falas e frases" de Bolsonaro.

"Não tem limite a vontade de tentar trazer o presidente Jair Bolsonaro para um cenário político que ele jamais concordou", reagiu Wajngarten.

Jair Bolsonaro, ex-presidente
Defesa diz que padrão do rascunho encontrado pela PF não condiz com falas e frases de Bolsonaro. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O rascunho aumenta as suspeitas sobre a participação do ex-presidente em articulações golpistas, em suposto conluio com oficiais de alta patente das Forças Armadas.

Antes da apreensão, a PF já tinha indicativos de que Bolsonaro editou o texto de uma minuta de decreto de golpe para anular o resultado das eleições e prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz as investigações.

A Polícia Federal também encontrou, em um computador apreendido com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, a gravação de uma reunião entre Bolsonaro, seus ministros e assessores, em julho de 2022, em que o presidente cobra dos auxiliares iniciativas para desacreditar as urnas eletrônicas. "Eu vou entrar em campo usando o meu exército, meus 23 ministros", afirma Bolsonaro.

O material faz parte da investigação da Operação Tempus Veritatis (a hora da verdade, em latim), que mirou aliados do ex-presidente suspeitos de envolvimento na empreitada golpista. Entre os alvos da PF, estão o próprio Bolsonaro, Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Valdemar Costa Neto (presidente do PL), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha).

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