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Operação da PF encontra pepita de ouro com Valdemar Costa Neto

Operação da PF encontra pepita de ouro com Valdemar Costa Neto

Defesa afirma que pedra tem baixa valor; presidente do PL foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo nesta quinta (8)

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 20:54

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JOSÉ MARQUES E THAÍSA OLIVEIRA

BRASÍLIA - O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo nesta quinta-feira (8). PL é o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A arma foi localizada pela Polícia Federal durante a ação de busca e apreensão no âmbito da operação que investiga uma tentativa de golpe. As medidas ocorreram em seu endereço pessoal e também na sede do PL. A PF também encontrou uma pepita de ouro em posse de Valdemar.

Pepita de ouro encontrada em sala de Valdemar Costa Neto
Pepita de ouro encontrada em posse de Valdemar Costa Neto. (Polícia Federal/Divulgação)

Nesta quinta-feira (8), a PF deflagrou operação contra Bolsonaro, ex-ministros e militares, incluindo os generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto e o ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos. Valdemar foi alvo das medidas, mas não havia ordem judicial para prendê-lo – ele foi detido em flagrante devido à arma.

O ministro Alexandre de Moraes (STF) determinou busca e apreensão "de armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos" e outros materiais que possam ajudar nas investigações nos endereços de Valdemar.

O presidente do PL foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília e permanecerá detido ao menos até esta sexta (9), quando deve ser realizada uma audiência de custódia — ocasião em que pode ser liberado.

Em rede social, o advogado Fabio Wajngarten, que foi secretário de Comunicação no governo Bolsonaro, falou sobre o ouro encontrado.

"O presidente Valdemar presta esclarecimentos referentes a uma pepita de ouro, pesando 39,18 gramas, com 95,26% de grau de pureza, segundo a perícia. O valor da grama do ouro de hoje é R$ 325,04, logo a tal pepita vale R$ 12.676,56", escreveu ele.

Em nota, o advogado de Valdemar, Marcelo Bessa, disse que não houve fato relevante para a prisão e que "a pedra apreendida tem baixo valor e não configura delito segundo a própria jurisprudência".

A defesa afirma ainda que "a arma é registrada, tem uso permitido, que pertence a um parente próximo e que foi esquecida há vários anos no apartamento dele".

"Em outras palavras: como pode alguém ser detido por ser portador de uma pedra guardada há anos como relíquia e que segundo a própria auditoria da Polícia Federal vale cerca de 10 mil reais?", disse o advogado.

A PF cumpriu mandados de busca e prisão contra ex-ministros de Bolsonaro e militares envolvidos na suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder.

Um dos alvos é o próprio ex-presidente, que entregou seu passaporte para a PF. Bolsonaro já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é alvo de outras investigações no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele está inelegível até 2030.

A Polícia Federal afirma que o PL foi instrumentalizado "para financiar a estrutura de apoio as narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas, de modo a legitimar as manifestações que ocorriam em frentes as instalações militares".

O ápice da instrumentalização, segundo a PF, ocorreu quando a coligação Pelo Bem do Brasil (formada por PL, Republicanos e Progressistas) entrou com uma ação judicial com um pedido que, na prática, "anularia os votos computados pelas urnas fabricadas antes de 2020".

A investigação coloca o presidente do PL no que chama de "Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral".

Segundo a PF, coube a Valdemar "financiar, divulgar perante a imprensa e endossar a ação judicial que corroborava a atuação da rede de "especialistas" que subsidiaram "estudos técnicos" que comprovariam supostas fraudes nas eleições presidenciais de 2022".

"Os investigados atuaram de forma coordenada, em unidade de desígnios, para desacreditar o sistema eletrônico de votação que regia as eleições presidenciais de 2022, utilizando-se de diversos meios, proclamados como ‘técnicos’ para gerar a formação de uma primeira impressão", diz trecho da representação.

A ação foi batizada de Tempus Veritatis e investiga uma organização criminosa que, diz a PF, atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito "para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder".

As medidas autorizadas por Moraes estão no âmbito do inquérito das milícias digitais.

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