Publicado em 28 de maio de 2020 às 18:57
O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou que uma eventual ruptura democrática está fora de cogitação e que não existe espaço no mundo para ações dessa natureza. As declarações foram publicadas pela jornalista Andréia Sadi, do G1, nesta quinta-feira (28). Mourão também minimizou as falas do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, que falou em momento de ruptura em uma live. >
Quem é que vai dar golpe? As Forças Armadas? Que que é isso, estamos no século 19? A turma não entendeu. O que existe hoje é um estresse permanente entre os poderes. Eu não falo pelas Forças Armadas, mas sou general da reserva, conheço as Forças Armadas: não vejo motivo algum para golpe", declarou Mourão.>
A fala de Mourão ocorre depois de Bolsonaro adotar um tom de ameaça ao comentar as medidas tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura fake news e tem como alvos aliados bolsonaristas. Bolsonaro disse que não vai admitir decisões individuais e que ordens absurdas não se cumprem. Acabou, porra!, esbravejou o presidente a jornalistas nesta quinta-feira. >
Na quarta-feira, o deputado Eduardo Bolsonaro também criticou a atuação de ministros do STF na investigação sobre a suposta interferência do pai na Polícia Federal e no inquérito das fake news que autorizou mandados de busca e apreensão contra aliados da família. Falando bem abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opção de se, mas, sim, de quando isso (ruptura institucional) vai ocorrer, disse em uma transmissão. >
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Mourão minimizou as declarações do filho 03 do presidente Bolsonaro.Me poupe. Ele é deputado, ele fala o que quiser. Assim como um deputado do PT fala o que quiser e ninguém diz que é golpe. Ele não serviu Exército. Quem vai fechar Congresso? Fora de cogitação, não existe situação para isso, afirmou.>
À jornalista, o vice-presidente reforçou que, em sua avaliação, o inquérito das fake news deveria ter sido enviado à Procuradoria-Geral da República, para que o Ministério Público decidisse se abriria ou não a investigação, e defendeu que o tema fosse debatido pelo plenário do STF.>
Mais cedo, Heleno negou intervenção militar>
Também nesta quinta-feira, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, afirmou que ninguém no governo está pensando em uma intervenção militar e que uma ruptura democrática no país não resolve nada. Não houve esse pensamento (de intervenção) nem da parte do presidente, nem dos ministros, disse nesta quinta-feira após se reunir com Bolsonaro no Palácio da Alvorada. >
Heleno declarou ainda que sua nota, em que menciona consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional caso o celular do presidente fosse apreendido, era genérica e neutra, e não um recado ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Não falei em Forças Armadas, não falei em intervenção militar, defendeu.>
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