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Medo de ficar sem teto na pandemia leva brasileiro a priorizar aluguel, diz pesquisa

Medo de ficar sem teto na pandemia leva brasileiro a priorizar aluguel, diz pesquisa

O levantamento apontou que 90,7% dos entrevistados tiveram a vida financeira afetada pela pandemia no ano passado, condição que permanece este ano para a imensa maioria (85,8%)

Publicado em 17 de novembro de 2021 às 10:09

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Aluguel pós-pandemia
Segundo pesquisa, medo de ficar sem teto na pandemia leva brasileiro a priorizar aluguel. (Freepik)

Levantamento da empresa de recuperação de crédito Intervalor junto a consumidores em situação de inadimplência revela que, no caso de falta de dinheiro, a prioridade é pagar o aluguel (resposta de 31,5%). Na sequência, vêm as contas de consumo, como água e luz (26,4%) e a fatura do cartão de crédito (13,1%).

A pesquisa foi feita em setembro, com 365 entrevistados. A maior parte deles (60%) tem entre 30 e 49 anos, ensino médio completo (29%) ou graduação completa (27%), são empregados (36%) ou trabalham por conta própria, incluindo empresários (37%). Uma fatia de 18% estava desempregada.

"O cartão de crédito é importante, por ser usado como complemento do orçamento das famílias. Mas, em uma situação de falta de dinheiro, garantir a moradia e as condições básicas relacionadas ao morar, como água e luz, vêm primeiro", disse à Folha Phelipe Alvarez, vice-presidente da Intervalor.

O levantamento apontou que 90,7% dos entrevistados tiveram a vida financeira afetada pela pandemia no ano passado, condição que permanece este ano para a imensa maioria (85,8%). O executivo também ressalta que o aperto financeiro foi generalizado, atingindo todas as classes sociais e consumidores de diferentes níveis de escolaridade.

O objetivo da pesquisa, segundo Alvarez, foi entender os motivos que levaram ao descontrole financeiro e ao atraso no pagamento das contas. A perda do próprio emprego ou de alguém da família foi o principal motivo para a inadimplência (resposta de 43%).

A limitação para exercer a atividade autônoma por conta das restrições sanitárias afetou 22% dos entrevistados. Para outros 20%, a redução da carga horária comprometeu o orçamento, enquanto 14% tiveram gastos médicos com doença de alguém da família.

Quando questionados sobre as situações inesperadas que bagunçaram o orçamento na pandemia, os consumidores voltaram a apontar a perda de emprego na família (situação de 25%), a ajuda financeira a um familiar ou amigo (20%), os gastos médicos (19%), a manutenção do veículo (18%), o conserto emergencial da casa (11%) e até gastos com o animal de estimação (7%).

"Neste cenário de inadimplência, importa para uma empresa como a nossa saber os motivos que levaram aquela pessoa a deixar de honrar seus compromissos e como ela pode recuperar o crédito novamente", diz Alvarez.

A Intervalor lançou o Recalibra, uma solução para negociação de dívidas. "Como um concierge, a plataforma recomenda a melhor opção de pagamento de acordo com o perfil do cliente, seu momento de vida e suas necessidades", afirma o executivo. Até então, a negociação de uma dívida se baseava apenas em variáveis do histórico financeiro do consumidor.

"A plataforma ajuda a identificar qual a melhor combinação entre desconto da dívida e parcelamento", diz. "Hoje, em média, a ineficiência nos acordos de renegociação de dívida atinge uma taxa de 60%, porque esses eles não levaram em conta a realidade que a pessoa está vivendo", afirma.

Na opinião de Alvarez, mais do que ajudar o consumidor a reorganizar suas dívidas, é fundamental uma cultura de educação financeira, para que ele não volte a se endividar. "O fato de a BNCC [Base Nacional Comum Curricular] ter incluído recentemente a educação financeira entre os temas transversais é um bom sinal", diz. "As crianças e jovens vão aprender cada vez mais que não importa o quanto ganhem, mas sim o quanto conseguem economizar".

O QUE MAIS IMPACTOU A VIDA FINANCEIRA APÓS A PANDEMIA (EM %):

  • Perda do emprego: 43%;
  • Não poder exercer atividade autônoma: 22%;
  • Redução de carga horária e salário: 20%;
  • Gastos médicos com doença na família: 14%.

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