Mariana Reis é mestranda em Sociologia Política, Administradora , TEDex, Colunista e Personal Trainer

Com o pé no retrocesso: como anda a acessibilidade no pós-pandemia?

Ao sair às ruas, percebo que avançamos pouquíssimo neste quesito. É preciso dizer que o Brasil tem boas leis sobre este assunto, mas elas precisam sair das cartilhas

Publicado em 16/11/2021 às 14h11
Cadeira de rodas, acessibilidade
Onde uma pessoa com deficiência transita todos sem deficiência vão transitar muito melhor. Crédito: Pixabay/Beatrice BB

Aos poucos, venho colocando minhas rodinhas de fora, com todo cuidado que esse mundo quase pós-pandêmico ainda nos exige – duas doses da vacina anti-covid, máscara, álcool em gel e distanciamento. E ao sair às ruas, percebo que avançamos pouquíssimo no quesito acessibilidade. Uso este espaço aqui para falar semanalmente sobre esse tema, ainda tão no papel e muito pouco no concreto.

Para não ser injusta, é preciso dizer que o Brasil tem boas leis sobre este assunto, mas elas precisam sair das cartilhas e nos facilitar a vida. Entretanto, estamos vendo alguns direitos serem questionados, outros sendo esquecidos. E o que poderia ser um elogio a um estabelecimento vai ser sim um alerta.

A deficiência é na gestão?

Antes da pandemia, frequentava uma padaria muito boa, não apenas pelo pão quentinho e café delicioso, mas pelo conjunto da obra: acessibilidade e adequação. Voltei lá depois de quase dois anos e me deparei com muitas mudanças: uma varanda no piso superior, cujo acesso é somente por uma escada, uma decoração nova, mais espaço, equipe maior e sensibilidade de menos. Me parece que quem libera o alvará de reformas, ou de renovação para o funcionamento dos estabelecimentos, não está respeitando ou não observando os critérios de acessibilidade. Será uma gestão desinformada?

Acessibilidade é bom para todos nós

A padaria não é o único exemplo, e sei que posso escolher outras com acesso, mas essa está do lado de casa, vou rodando. É uma pena.

Bom, neste fim de semana, lancei minha coragem para o treino de presença novamente e a escolha foi conhecer um restaurante novo, aberto agora no quase novo mundo. Parecia acolhedor, colorido e com um menu tentador. Procurei saber antes de me lançar à aventura, mas fui informada que não tinha acesso para pessoas que fazem as mesmas coisas de forma diferentes, como andar, subir escada, por exemplo.

A entrada desse restaurante já aponta para mim, que tenho uma deficiência. Se não são essas escadas para me lembrar, sou capaz de passar batida por ela. Só para reforçar que temos as mais avançadas legislações das Américas e que não há motivos para o injustificável.

Adaptação e acessibilidade são bem diferentes, mas caminham juntas. Onde uma pessoa com deficiência transita todos sem deficiência vão transitar muito melhor.

Será mesmo que estamos lidando apenas com desinformação?

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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