Publicado em 11 de julho de 2022 às 11:33
O conselho político da pré-campanha do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto se reúne na manhã desta segunda-feira (11) em São Paulo em meio a onda de violência política no país.>
Lula tem sido cobrado por aliados a reforçar sua segurança às vésperas do início oficial da campanha, marcado para meados de agosto — o primeiro turno será em 2 de outubro. Reunião ocorre dois dias após assassinato de político petista por bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR). >
Participam da reunião desta segunda-feira representantes de PT, PC do B, PSB, PSOL, PV, Rede e Solidariedade. A reunião já estava agendada, mas agora terá a segurança da pré-campanha como tema principal.>
O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, vai propor ao ex-presidente Lula que a coordenação da pré-campanha denuncie formalmente a autoridades a violência política nesse período pré-eleitoral.>
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A ideia é sugerir que o conselho político, composto por presidentes de partidos aliados, encaminhem pedido de ajuda a órgãos como CNJ (Conselho Nacional de Justiça), OAB (Ordem de Advogados do Brasil), CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e o próprio STF (Supremo Tribunal Federal).>
Segundo ele, é uma tentativa de coibir ameaças à integridade física de Lula e militantes, além de garantir o transcurso das eleições.>
Representante da Rede dentro do conselho político, o senador Randolfe Rodrigues afirmou, nas redes sociais, que vai propor representação ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) "para responsabilizar Jair Bolsonaro por discursos de ódio e incitação à violência".>
"As instituições, candidatos e partidos comprometidos com a democracia têm a obrigação de reagir ao avançar da barbárie bolsonarista", escreveu.>
Episódios ligados a ameaças, ataques e tensão relacionados à pré-campanha eleitoral têm se acumulado no Brasil.>
Neste final de semana, um policial penal federal bolsonarista invadiu uma festa de aniversário e matou a tiros o guarda municipal e militante petista Marcelo Aloizio de Arruda, na noite de sábado (9), em Foz do Iguaçu (PR).>
Durante a ação, o petista reagiu e efetuou disparos contra seu agressor, identificado como Jorge José da Rocha Guaranho, que permanece internado.>
Dois dias antes, o país viu um ataque a um juiz federal e a um ato com o ex-presidente Lula (PT). Dias atrás, militantes de esquerda impediram uma palestra de políticos de direita.>
Na quarta (6), o ministro Edson Fachin, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), disse que o Brasil pode ter nas eleições deste ano um episódio ainda mais grave do que a invasão do Congresso dos EUA, em 6 de janeiro de 2021.>
"Nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do 6 de janeiro daqui do Capitólio. Nós entendemos que há seis condições fundamentais para evitar que isso aconteça no Brasil", disse Fachin, durante uma conversa no Wilson Center, em Washington.>
Fachin, no entanto, não detalhou como o caso brasileiro poderia ser pior.>
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo neste sábado mostrou que a Polícia Federal decidiu antecipar e reforçar o aparato de segurança do ex-presidente Lula, principal adversário do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de outubro.>
Episódios como o da última quinta-feira (7), quando uma bomba caseira foi lançada antes da chegada do petista a ato de pré-campanha no Rio de Janeiro, consolidaram a avaliação de que os candidatos estão sujeitos a risco mais elevado nestas eleições do que em anteriores.>
Quanto a Lula, a ideia da PF é iniciar a proteção de forma gradativa a partir do dia 21, quando o PT realiza a convenção para oficializar seu nome como candidato. No final de mês, o petista passaria a contar com a estrutura completa.>
A decisão representa uma antecipação ao que foi feito em pleitos passados, quando o policiamento em tempo integral ocorria com o início oficial da campanha partidária — neste ano, 16 de agosto.>
Policiais federais ouvidos pela reportagem apontam os evidentes sinais de campanha já em curso, como as motociatas de Bolsonaro, como justificativa para a antecipação.>
No caso dos outros candidatos, a ideia também é, por questão de isonomia, antecipar o aparato de segurança para o momento da oficialização dos nomes nas convenções partidárias, que vão de 20 de julho a 5 de agosto. Assim que a homologação é feita na convenção, o candidato precisa enviar a solicitação e a PF começa em seguida a fazer a segurança.>
No mínimo 27 policiais estarão envolvidos com a proteção a Lula, número que pode aumentar a depender da análise de risco que será feita pelos agentes federais a cada agenda.>
Integrantes da cúpula da campanha petista encarregados de cuidar da segurança têm pressionado a PF a entrar em campo o quanto antes. Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente, tem feito contatos com o comando da corporação sobre o assunto.>
Frente ao cenário de polarização e tensão política, bem como o histórico de violência em 2018, a PF reforçou a operação de garantia da segurança dos postulantes ao Palácio do Planalto.>
Aquele pleito foi marcado pela facada em Jair Bolsonaro e ameaças à campanha do petista Fernando Haddad (PT).>
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