Publicado em 29 de dezembro de 2022 às 14:04
BRASÍLIA - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (29) os últimos 16 ministros e completou a formação do primeiro escalão do futuro governo. Lula adiou os acordos políticos a até três dias da posse, para abrir espaço aos partidos de centro-direita, seu futuro centrão, e ampliar a base de governabilidade no Congresso. >
Na última leva de anúncios, ele também confirmou a entrada no governo de duas ex-presidenciáveis, Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento, e Marina Silva (Rede), que retorna ao Ministério do Meio Ambiente. Ambas são consideradas escolhas pessoais de Lula, em retribuição ao apoio e engajamento prático e simbólico delas na campanha.>
Os principais partidos contemplados foram o MDB, o PSD e o União Brasil. Dando três ministérios a cada, Lula selou o acordo para que as legendas integrem o governo, mesmo diante de insatisfações no PT e em partidos pequenos não atendidos. Juntas, essas siglas somam 143 deputados e 31 senadores.>
Lula entregou o Ministério da Previdência Social ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que havia sido ministro do Trabalho no governo Dilma Rousseff. O PDT disputou a Presidência com o ex-ministro Ciro Gomes, ex-aliado pessoal e hoje crítico de Lula.>
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Lula orientou os ministros a montarem as equipes de forma democrática e com capacidade técnica e defendeu a nomeação de parlamentares e políticos sem experiência na área que assumem. “No meu governo não há medo de escolher político. Fora da política não se resolve quase nada nesse planeta.”>
A presidente do PT, Gleisi Hoffman, afirmou que na próxima semana vai começar a dialogar para compor o segundo escalão com partidos menores que ficaram sem ministérios. Avante, PV, Solidariedade e Pros serão contemplados com cargos. “Nenhum ministério é porteira fechada”, disse ela. “São partidos que estiveram conosco na caminhada, gostaríamos muito que tivessem ministérios, mas não foi possível. Vamos tentar contemplar”.>
Segundo a presidente do PT, os presidentes da Petrobras, da Caixa e do Banco do Brasil ficarão para um segundo momento. Até pouco antes do anúncio dos ministros, havia a previsão de confirmação do senador Jean Paul Prates na petrolífera. Lula preferiu postergar de última hora. Segundo Lula, os dois maiores bancos serão assumidos por mulheres. >
“Vamos ter uma mulher na presidência do Caixa e uma mulher no Banco do Brasil. O Banco do Brasil tem 200 anos e nunca se pensou em ter uma mulher na presidência”, afirmou ele, anunciando apoio a políticas de paridade salarial de gênero.>
“A construção do governo continua, e vai continuar depois da posse”, disse Lula, que confirmou que irá se debruçar na semana que vem sobre a escolha de cargos no segundo escalão do governo, inclusive nos cargos federais distribuídos nos Estados. A Funai e a Sesai serão chefiadas por indígenas, afirmou Lula.>
Ele disse que fará uma reunião ministerial ampla nos primeiros três dias do governo e logo um encontro com governadores.>
Lula exaltou a presença recorde de onze mulheres como ministras do governo e, um a um, anunciou os “companheiros” e “companheiras”. “Quero que vocês façam parte da história política nesse País, no momento que tivemos coragem de assumir um Brasil delicado, destruído”, disse ele.>
Lula também anunciou nesta quinta-feira (29), além de ministros, quem serão os líderes do seu governo na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e no Congresso Nacional.>
Para a Câmara, foi escolhido o deputado José Guimarães (PT-CE); para o Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e para o Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).>
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