Publicado em 10 de julho de 2020 às 18:22
Morreu nesta sexta-feira (10), no Rio de Janeiro, o ex-deputado federal Alfredo Sirkis, 69. Ele foi vítima de um acidente de trânsito no Arco Metropolitano, na altura de Nova Iguaçu.>
Por volta das 14h20, seu carro saiu da pista, colidiu em um poste e capotou. Sirkis morreu no local. A Polícia Civil está fazendo uma perícia na área do acidente.>
Sirkis foi vereador por quatro mandatos, deputado federal, secretário de Urbanismo do Rio e candidato a presidente.>
Militante da causa ambiental e ex-presidente do Partido Verde, ele havia acabado de lançar um livro em que dizia ter cometido um "sincericídio" ao criticar esquerda e direita brasileiras.>
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Em "Os Carbonários", Prêmio Jabuti de 1980, Alfredo Sirkis dissecou sonhos e mancadas da geração de 1968, quando ele tinha 18 anos e participou da resistência armada à ditadura militar.>
Quarenta anos depois de sua obra-prima, o mesmo militante, há um bom tempo apaixonado pela causa ambiental, lança "Descarbonário". Suas 442 páginas são outra aula de História do Brasil, desta vez sob o ponto de vista de um dos mais experimentados ativistas pelo clima do planeta.>
Ele começou a escrever "Descarbonário" em 2016, quando a temperatura bateu recorde, e o concluiu no segundo ano mais quente, 2019. Participou de 11 COPs, a Conferência das Partes, órgão supremo da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).>
Presidiu por 9 anos o PV nacional e é autor da "Lei Sirkis", que viabilizou o Fórum Global 92 na Conferência Rio-92.>
A saga do "Descarbonário" termina na última semana de 2018, quando Sirkis deixou nas mãos do então presidente Michel Temer, em fim de mandato, o documento "Mudanças climáticas: riscos e oportunidades para o Brasil".>
Ele era secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, e o documento destinava-se ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, seu ex-colega da Câmara dos Vereadores do Rio e da Câmara dos Deputados.>
"Cheguei a acreditar que, uma vez sentado na cadeira presidencial, baixariam sobre Jair os eflúvios da responsabilidade e que, não obstante sua visão fascista e paranoide e das suas idiossincrasias, ele deveria se comportar como presidente de todos os brasileiros. Isso certamente não aconteceu", afirmou à Folha de S.Paulo o autor.>
"Passado um ano, sabemos que não acontecerá. O poder nitidamente piorou a pessoa", completou Sirkis, que se identificava como "centrista radical" após transitar da esquerda armada ao secretariado do prefeito Cesar Maia, do DEM.>
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