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Doria prevê vacinação de toda população adulta de SP até o final de outubro

Doria prevê vacinação de toda população adulta de SP até o final de outubro

Imunização total dos paulistas será antecipada, segundo o governo de Doria, mas cronograma depende do Ministério da Saúde e dos insumos chineses

Publicado em 2 de junho de 2021 às 17:34

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Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante evento de entrega de moradias
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante evento de entrega de moradias. (Governo do Estado de SP/ Divulgação)

governo João Doria (PSDB) prevê a vacinação de toda a população adulta (a partir de 18 anos) do estado de São Paulo até o dia 31 de outubro.

A informação foi antecipada na tarde desta quarta-feira (2) pelo próprio Doria em seu perfil de rede social e divulgada em entrevista aos jornalistas no Palácio dos Bandeirantes, zona oeste de São Paulo.

A data prevista inicialmente para vacinar toda a população adulta do estado era 31 de dezembro, mas Doria disse que será possível antecipar essa data em dois meses. A previsão considera a data estimada de aplicação da primeira dose.

O cronograma atualizado de vacinação em São Paulo prevê a vacinação por faixas etárias após o término da vacinação dos grupos prioritários previstos no PNI (Programa Nacional de Imunizações).

Segundo o governo, no entanto, a vacinação está condicionada à disponibilização de doses pelo Ministério da Saúde por meio do PNI.

Além disso, não foi dada explicação de como seria a vacinação de pessoas sem comorbidades e não inseridas nos grupos previstos pelo Ministério da Saúde, que até o momento preconiza apenas a vacinação por critério de prioridade.

Hoje, só as vacinas Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz, e a da Pfizer têm registro de uso definitivo e podem ser utilizadas em toda a população maior de 18 anos. Não há dados sobre a submissão de registro definitivo da Coronavac no painel de vacinas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A Fiocruz recebeu nesta quarta (2) os insumos que vão permitir o início da primeira produção inteiramente nacional da vacina contra a Covid-19. A fabricação deve começar nas próximas semanas e as entregas devem ocorrer apenas a partir de outubro. A quantidade prevista do imunizante feito no país, porém, foi bastante reduzida em relação à estimativa inicial. A fundação calcula que serão cerca de 50 milhões dessas doses disponibilizadas até o fim do ano, sendo que antes eram estimados 110 milhões.

A ideia é suprir a diferença com a importação de mais IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), que ainda está em negociação, suficiente para produzir 50 milhões de doses adicionais. Assim, o total de vacinas da AstraZeneca/Oxford oferecidas no segundo semestre somaria 100 milhões.

Além disso, uma remessa de 6.000 litros de IFA vinda da China deve chegar no dia 28 de junho, com quantidade suficiente para a produção de mais 10 milhões de doses da Coronavac. A partir da data de chegada, são esperados de 15 a 20 dias para a conclusão da produção das novas doses. Até o momento, o Instituto Butantan já realizou a entrega de 47,2 milhões de doses à pasta da saúde. A entrega está parada desde o dia 14 de maio.

Regiane de Paula, coordenadora do Plano Estadual de Imunizações (PEI), afirmou ainda que previsão de vacinação inclui também as doses de um acordo extra realizado entre o governo federal e o Butantan, com a disponibilização de mais 30 milhões de doses, o que em tese possibilitaria antecipar ainda mais a vacinação.

"Estamos projetando com base nas previsões do Ministério da Saúde. Isso pode retirar ou adicionar novas doses, de acordo com as entregas. Nós trabalhamos com uma redução, justamente considerando que podem haver atrasos nas entregas, e mesmo assim vimos que foi possível antecipar a vacinação de toda a população adulta até o final de outubro", afirmou.

A promessa é que até o dia 7 de junho seja concluída a imunização das pessoas com comorbidades. Segundo Paula, a vacinação vai incluir todas as pessoas com comorbidades ou beneficiários do programa de deficiência permanente (BPC) com mais de 18 anos.

A coordenadora afirmou também que o governo prevê o início da vacinação de todos os profissionais da educação com idades de 45 e 46 anos já a partir da próxima quarta-feira (9). Cerca de 80 mil pessoas devem ser incluídas nessa etapa da imunização.

O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, disse ainda que foi apresentada a documentação necessária para autorizar a utilização das vacinas contra Covid-19 nos adolescentes de 12 a 15 anos na última segunda-feira (31) à Anvisa. Atualmente, a única vacina aprovada para uso em adolescentes é a da Pfizer, cujo registro autoriza o uso em toda a população com 16 anos ou mais.

"O governo de SP está atento para a vacinação especialmente dos jovens com comorbidades, mas fazemos um apelo à Anvisa que avalie os dados das vacinas já em uso [em adolescentes] em outros lugares, ainda que vacinemos mais para frente, e que com essa documentação que já foi apresentada a Anvisa e o Ministério da Saúde inclua no PNI a vacinação dos jovens", disse Soares.

O estado de São Paulo tem uma população de 44.873.187 pessoas, de acordo com o Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), dos quais cerca de 80% é a população maior de 18 anos, ou quase 36 milhões de pessoas.

Até a última terça-feira (1º), foram aplicadas 17.577.126 doses em todo o estado, somando-se primeira e segunda dose.

A atualização dos dados da Covid-19 no estado aponta que foram confirmados 23.122 novos casos nas últimas 24 horas e 717 novos óbitos, totalizando 3.314.631 casos e 112.927 mortes desde o início da pandemia.

Segundo o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, a taxa de ocupação dos leitos de UTI no estado está em 81,2% e, na Grande São Paulo, é de 79,9%. Há 10.925 pessoas internadas em leitos de terapia intensiva em todo o estado e mais 13 mil pessoas em leitos de enfermaria.

Na última segunda-feira (31), uma falha técnica impediu que os dados de ocupação de UTIs no estado fossem atualizados. Gorinchteyn, no entanto, afirmou que os sistemas voltaram a operar normalmente desde a última terça (1º). A ocupação na região metropolitana de SP é superior aos 77,1% registrados na semana passada. Há duas semanas, esse número era de 76,6%. No estado, o índice é também superior ao de 80,2% registrado no último dia 24 e de 78,5%, no comparativo com duas semanas atrás.

A média móvel de mortes dos últimos sete dias apontou 518 óbitos, um aumento de 3,6% em relação à semana anterior (500). As hospitalizações também tiveram um aumento de 7,4% na última semana em relação aos sete dias anteriores, passando de 2.483 para 2.666 internações. Em relação aos novos casos, houve uma redução de 22%, passando de uma média de 13.615 novos casos por dia para 10.614.

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