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Distribuição de máscaras na rede estadual do Amazonas gera polêmica

Distribuição de máscaras na rede estadual do Amazonas gera polêmica

As publicações viralizaram em redes sociais após o retorno das aulas presenciais na capital do Amazonas, nessa segunda-feira (10)

Publicado em 13 de agosto de 2020 às 16:33

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Distribuição de máscaras a estudantes da rede estadual do Amazonas gera polêmica
Distribuição de máscaras a estudantes da rede estadual do Amazonas gera polêmica. (Reprodução/ Twitter )

A compra de máscaras para estudantes da rede estadual do Amazonas pelo governo do Estado vem gerando polêmica. Isso porque muitos dos equipamentos de proteção são grandes demais ou não se encaixam de forma adequada no rosto dos jovens. O governo do Estado prevê a aquisição de quase 1 milhão de máscaras, a um custo de R$ 2,3 milhões.

O item chegou a virar 'meme' nesta semana em redes sociais e gerou críticas de especialistas. O professor aposentado do curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Mena Barreto França, afirma que o uso errado das máscaras pelos estudantes gera risco de contaminação pelo novo coronavírus. "A máscara não é adequada para a face dos alunos, por isso, ela é manuseada todo tempo para ficar ajustada. Sem contar que os estudantes não são orientados a usar corretamente e ficam pegando na parte da frente. É justamente nesta área que se acumula o vírus", explicou França.

O estudante Marcos Renan Gomes Martins, de 18 anos, é aluno do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Francisco das Chagas Souza de Albuquerque, no Centro de Manaus, uma das unidades de ensino que receberam as máscaras. Ele conta que nem usou o equipamento. "Não tem condições, eu prefiro usar a máscara que trago de casa. Alguns de meus colegas usaram e dizem que atrapalha na aula porque fica toda hora caindo", afirmou.

Segundo a professora Sara dos Santos Araújo, que leciona na Escola Estadual Hilda Tribuzy, na zona norte da capital, professores também receberam os itens de segurança. "Quando os professores começam a falar, a máscara começa a cair. É impossível ficar quase quatro horas com esta máscara. É um risco para professores e alunos", afirma.

Alba Pessoa, de 55 anos, professora Escola Estadual Francisco das Chagas Souza de Albuquerque, disse que não voltou à escola por receio de contrair o novo coronavírus. "As salas de aulas não estão marcadas, fator que favorece a aglomeração dos estudantes. Já tive informação de estudantes que não usam as máscaras fora da escola. O risco é muito grande", disse.

A compra foi firmada no dia 4 entre Secretaria de Estado de Educação e Desporto do Amazonas (Seduc-AM) com a empresa Nilcatex Têxtil Ltda, sediada no Mato Grosso do Sul. Segundo o governo, as máscaras foram adquiridas por meio de Licitação Pública Nacional (LPN) tendo como fonte recursos do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), com participação no processo licitatório de empresas de todo País.

Procurada pela reportagem, a Seduc-AM informou que adquiriu um milhão de máscaras em tamanhos P, M e G, que estão sendo distribuídas entre os estudantes e servidores da rede pública estadual. "Em relação aos estudantes que receberam máscaras de tamanho superior, os itens podem ser trocados a partir da próxima segunda-feira (17) na unidade de ensino".

Na manhã desta quinta-feira, 13, a Seduc-AM informou que até a tarde de quarta-feira (12) tinha a confirmação de testes positivos para a covid-19 entre "quatro membros da comunidade escolar em diferentes unidades de ensino", sem citar se foram casos registrados em professores ou alunos.

Em nota, a secretaria afirma que, em todos os casos confirmados, "tem tomado as devidas providências, previstas nos protocolos de saúde da rede pública estadual de ensino aprovados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM)".

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